Aberto concurso para ligar TGV à rede convencional - Economia - DN
Refer abriu concurso para primeira inserção de linhas de alta velocidade na rede tradicional. Obra custará 31 milhões de euros.
A primeira obra para inserção das futuras linhas de alta velocidade na rede ferroviária convencional deverá ser feita no prazo de um ano e vai custar 31,5 milhões de euros. Estas são algumas das condições ontem anunciadas pela Rede Ferroviária Nacional (Refer), que abriu o respectivo concurso público na passada segunda-feira.
Com aquela iniciativa, o Governo dá um segundo passo no sentido da irreversibilidade do projecto de alta velocidade, depois de, no final de Dezembro, ter adjudicado o primeiro troço da linha Poceirão-Caia para a ligação Lisboa--Madrid. Isto numa altura em que as críticas de partidos da Oposição ou de economistas à pertinência do investimento, num cenário de sobreendividamento, continuam a manifestar-se.
Segundo o comunicado da Refer, a empreitada inclui "intervenções complementares necessárias à inserção das linhas Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto na actual infra-estrutura ferroviária convencional, entre a estação do Areeiro, na linha de cintura e o quilómetro 8300 da Linha do Norte.
"Trata-se de uma primeira empreitada que faz parte do projecto geral de modernização da infra-estrutura ferroviária entre as estações de Areeiro e Sacavém, a qual, não tendo interferências significativas na exploração ferroviária, pode já arrancar de forma autónoma", esclarece a Refer. A empreitada abrange, entre outras obras, a primeira fase de construção do Parque de Material e Oficinas (PMO), na zona compreendida entre as estações do Oriente e Braço de Prata.
Segundo o calendário oficial, a linha de alta velocidade Lisboa--Madrid deverá estar concluída em 2013, sendo que a ligação Lisboa-Porto só está prevista para dois anos depois. Se tudo correr dentro dos planos, do lado espanhol será possível fazer o percurso por TGV entre Lisboa e Paris até 2013, visto que as autoridades espanholas e francesas chegaram recentemente a um acordo nesse sentido.
Arma de arremesso político na última campanha eleitoral, o TGV dominou as discussões. Enquanto os partidos da Oposição sustentavam que as verbas a canalizar para o projecto deveriam ser utilizadas em infraestuturas ou equipamentos de maior utilidade para o País, o partido do Governo esforçava-se por garantir que as verbas já comprometidas do Fundo de Coesão não poderiam ser reafectadas para outros projectos.
Em causa está um financiamento comunitário negociado com a Comissão Europeia, de 995 milhões de euros, inscrito no QREN entre 207 e 2013.
Esta semana, o tema voltou à baila, depois de o comissário europeu dos transportes ter respondido a perguntas colocadas pelo social-democrata José Manuel Fernandes. Na resposta, o comissário Tajani diz que, estando aqueles investimentos inscritos no QREN, "não podem ser substituídos por projectos de natureza diferente, salvo mediante profunda revisão das estratégias dos programas". Uma negociação necessariamente complexa e demorada. Caso o Governo decidisse renegociar aqueles financiamentos, eles teriam, no entanto, de ser aplicados também nas redes transeuropeias de transportes, mesmo que em causa não estivessem projectos de alta velocidade.
Fonte: DN
VER também Grandes obras públicas, problema ou solução , Tráfego, tráfego, tráfego
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segunda-feira, janeiro 25, 2010
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