Um artigo em The Economist de 31-Julho-2021 recorda as teorias de
crescimento económico baseado na industrialização e no comércio internacional.
A transição da economia agrária, para a economia industrial e depois para a economia de serviços parecia a caminho natural para o desenvolvimento económico; os trabalhadores rurais excedentários tornavam-se mais produtivos nas fábricas exportadoras, e educavam os seus filhos e netos para a economia de serviços passando a importar produtos de outros países de salários mais baixos.
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China Balance of Trade 25 years |
Segundo o artigo, a
China resistiu a esta tendência de diversificação porque optou por uma politica de auto-suficiencia. A sua economia continua muito mais dependente do sector industrial do que seria de prever de acordo com os seus níveis de rendimento.
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Germany Balance of Trade 25 years |
Mais do que a auto-suficiencia, esta contenção das importações reflete uma cultura de "
exportação uber alles" dos países que fazem tudo para defender os seus excedentes comerciais internacionais.
Crescer por via das exportações era mal visto como um politica comercial predadora de "beggar-thy-neighbor" que passou agora a ser praticada pelos grandes países exportadores e que parece ter-se tornado aceitável nesta era de divergencias e
desequilibrios persistentes no comércio internacional.
Resta recordar que o impacto destas políticas para os pequenos países importadores com economias frageis é bastante mais negativa, para quem a convergência económica por via da industrialização vai ficando cada mais distante. O empobrecimento persistente instala-se em alguns países em desenvolvimento em Africa e em muitos outros que nunca conseguem "apanhar o comboio" dos outros.
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China ...Germany Current Account as Pct GDP |
Noutros tempos, a politica de exportar, Exportar, EXPORTAR chamava-se mercantilismo e não era bem vista.
Neste contexto, para muitos países, a promessa de convergência e a conversa de "
inclusive growth" acaba por ser mesmo só... conversa.