Sendo eu própria estrangeirada, ainda que retornada há mais
tempo, tenho observado os comentários ao comportamento desalinhado do Ministro Álvaro
Santos Pereira com alguma curiosidade.
Num país conformista, há pouco apreço e menos tolerância pela
diferença.
Mas talvez valesse a pena reflectir que as visões e opiniões diferentes
podem trazer muito valor acrescentado, especialmente considerando a terrível situação
a que Portugal chegou.
Precisamos certamente de ideias e abordagens frescas para mudar
de rumo. Se continuarmos a fazer tudo da
mesma maneira como no passado, vamos certamente continuar a sofrer os mesmos
resultados penosos, que nos custarão ainda mais agora que já não temos o
crédito fácil para compensar.
Como responsável do super-ministério da Economia, Obras
Públicas, Trabalho e Comunicações, Alvaro Santos Pereira precisa tanto de criatividade
como de força politica para dar a volta a alguns dos problemas mais
graves e a desinstalar alguns dos interesses mais ferrenhos.
Se um ministro incomoda muita gente, um super-ministro incomoda
muito mais. Haverá muitos interesses nos sectores de energia, de transportes,
das PPP e dos sindicatos prontos a explorar a
natural tensão entre as Finanças e as outras Tutelas, e até os ponta-pés na
gramática, para o afastar e assim descarrilar os processos de reforma em curso,
pelo menos por algum tempo.
Só que as reformas dos sectores sob tutela do super-ministério são
imprescindíveis e inadiáveis. Foi a
Troika que diagnosticou as falhas de regulação, desde o mercado laboral, à
energia, aos transportes e às PPP, e que aponta as reformas necessárias para
acabar com a captura dos reguladores e dos concedentes. Quanto mais tempo perdermos nestes conflitos artificiais,
menos tempo haverá para negociar e
implementar as medidas prementes e mais
duro será o ajustamento.
Mariana ABRANTES de Sousa
PPP Lusofonia
tomo a liberdade de perguntar-lhe o que pensa disto:
ResponderEliminar“A Iniciativa Cidadã de Auditoria à Dívida Pública (IAC) levantou hoje dúvidas sobre a escolha da consultora Ernst & Young para a realização de uma auditoria a 36 parcerias público-privadas (PPP) e 24 concessões, considerando existir um “flagrante conflito de interesses” na adjudicação da análise à consultora. A Ernst & Young não comenta (…) A IAC, que exige que seja feita uma auditoria “em condições de isenção e de independência”, refere num comunicado hoje emitido que a Ernst & Young presta serviços a empresas que “estão envolvidas, entre outras, nos consórcios da Lusoponte, Auto-Estradas do Atlântico, Auto-Estradas Túnel do Marão, Hospital de Braga e Hospital de Vila Franca, Barragens de Gouvães, Alto Tâmega, Daivões e Girabolhos.”, no Público online.
"reformas necessárias para acabar com a captura dos reguladores e dos concedentes"??? Ingenua ilusão... pois se o governo está capturado... basta ver o comentário anterior.. aliás, a capturada Erse teve agora a oportunidade de capturar a secretaria de estado da energia... por distracção estava lá um "não capturado", problema prontamente corrigido.
ResponderEliminarA auditoria à Divida Pública directa e indirecta é importante e urgente.
ResponderEliminarMuita dívida foi assumida sem qualquer beneficio para o cidadão.
"Name and shame" já é fazer alguma coisa.
ResponderEliminarVamos lá fazer uma lista dos organismos capturados e do grau de captura.
Agora que já tenho direito a desconto nos transportes públicos em alguns países, é um elogio ser considerada ingénua!
ResponderEliminarIngenuidade seria pensar que não há alternativa.
falhou o escrutínio dos eleitorados e das elites sobre a sustentabilidade das políticas públicas
ResponderEliminarhttp://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=544021
A Iniciativa Cidadã de Auditoria à Dívida Pública (IAC) parece-me de grande importância aumentar a transparência e escrutínio.
ResponderEliminarQuanto à selecção da Ernst & Young para realizar a auditoria às PPPs, eu devo fazer uma declaração de interesse, uma vez que participei no concurso com a PKF.
Em qualquer caso, é lamentável que a própria Administração Pública não tenha capacidade de determinar com exactidão e ponderação quais os riscos e encargos do Concedente e dos contribuintes com os contratos de PPP e concessões
Mariana Abrantes de Sousa
ex-Controladora Financeira do MOPTC e MdS
Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia, foi sacrificado para proteder interesses de produtores de energia
ResponderEliminarAntónio Mexia como presidente da EDP "demitiu" o ex-Secretário de Estado de Energia?
ResponderEliminarSalvou-se o super-ministro, sacrificou-se o secretário de Estado não-capturado
Abriu a época de caça, para manter o Estado capturado
ResponderEliminarForça Alvaro
ResponderEliminarO discurso que o Secretário de Estado de Energia não proferiu
ResponderEliminarpode ler-se em
http://files.dinheirovivo.pt/01/discurso-henrique-gomes.pdf
Só se atiram pedras às àrvores que dão fruto
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