Diz-se que não há informação fidedigna sobre quem tem exposição directa à Grécia (obrigações gregas) e quem comprou ou vendeu protecção de risco (CDS-credit default swaps) sobre a dívida grega, o que não parece credível passados tantos meses de crise.
Os bancos pagadores sabem sempre quem recebe os juros das obrigações.
Diz-se também que apenas 1% dos CDS estão registados, mas os CDS são contratos inter-credores e os credores que venderam CDS juntam-se a outros garantes como credores de segunda linha, que não acrescentam ao saldo em dívida.
A identificação dos credores pode começar pelas listas do BIS, Banco de Pagamentos Internacionais. Sabe-se também que os bancos estrangeiros têm reduzido a sua exposição à divida grega, irlandesa e portuguesa, à custa de aumento de exposição dos credores oficiais e dos investidores locais.
De facto, a crise grega representa também uma enorme prova de stress para o mercado de CDS. Será que os CDS, cujos prémios custam tudo para cima de 10-15%, conferem verdadeira “protecção” na pratica?
Agora que o Eurogrupo vai condicionar o novo pacote Resgate II ao envolvimento dos credores privados internacionais na resolução do crise de endividamento grega, os credores directos vão ter que se identificar, ou indicar os credores indirectos, isto é accionar a protecção do CDS.
Note-se também que os bancos do Reino Unido tinham no final de 2010 a segunda maior exposição aos países em crise, depois da Alemanha, isto é, foram uma parte importante do problema de "loose lending practices".
Mas o governo britânico tem conseguido distanciar-se da solução, e só se comprometeu com cerca de €7 mil milhões para a Irlanda, €4,2 mil milhões para Portugal, e cerca de €1,3 mil milhões para a Grécia.
Nada como andar à boleia.
de capitais.
Se houver "haircuts", eles devem ser assimétricos, protegendo os investidores e credores locais. Não será possível, nem tem lógica, exigir que os aforradores locais sofram perdas e ainda tenham que pagar mais impostos para reembolsar por inteiro os credores internacionais, privados ou oficiais.
Diz-se também que apenas 1% dos CDS estão registados, mas os CDS são contratos inter-credores e os credores que venderam CDS juntam-se a outros garantes como credores de segunda linha, que não acrescentam ao saldo em dívida.
A identificação dos credores pode começar pelas listas do BIS, Banco de Pagamentos Internacionais. Sabe-se também que os bancos estrangeiros têm reduzido a sua exposição à divida grega, irlandesa e portuguesa, à custa de aumento de exposição dos credores oficiais e dos investidores locais.
De facto, a crise grega representa também uma enorme prova de stress para o mercado de CDS.
Note-se também que os bancos do Reino Unido tinham no final de 2010 a segunda maior exposição aos países em crise, depois da Alemanha, isto é, foram uma parte importante do problema de "loose lending practices".
Mas o governo britânico tem conseguido distanciar-se da solução, e só se comprometeu com cerca de €7 mil milhões para a Irlanda, €4,2 mil milhões para Portugal, e cerca de €1,3 mil milhões para a Grécia.
Nada como andar à boleia.
Mais recentemente, o relatório da Comissão EU sobre a Grécia, de Julho 2011, analisa as consequências de uma potencial reestruturação de dívida, num cenário de perdão ou “haircut” de 40% da obrigações do tesouro grego. Segundo o relatório, tamanha
redução em valor devastaria os bancos gregos, que detêm cerca de € 40 mil milhões de divida estatal, e fundos de pensões com €27 mil milhões, eliminando capital, e dando azo a corridas de depósitos e de capital.
Por isso, parece mais que evidente que os credores domésticos não podem, nem devem, suportar uma redução do valor da dívida externa.
Esta análise baseia-se numa premissa equivocada e provavelmente sem precedentes, que os credores locais seriam os primeiros a sofrer sacrifícios.
Ora, os países sobre endividados necessitam sobretudo da redução da sua dívida externa. De pouco adianta impor perdas aos credores e investidores locais, que tinham toda a legitimidade para considerar as obrigações do seu Tesouro, na sua própria moeda, o Euro, como uma reserva de valor segura. Em contraste, os investidores internacionais sabiam certamente que estavam a correr riscos "cross-border".
No caso da suspensão de pagamentos do México em 1982, os activos em moeda local não sofreram redução. Em contraste, os depósitos bancários locais denominados em USD, num sistema bancário fortemente dolarizado, esses sim foram obrigatoriamente redenominados em pesos mexicanos ao cambio pre-desvalorização, o que foi muito prejudicial. E sim, isto provocou uma forte saída
Estamos, de facto, em "mares nunca dantes navegados", e continua a faltar o sextante.
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
Ver Comissão Executiva na ETV de 4-Julho-2011 sobre o Resgate II à Grécia
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
Ver Comissão Executiva na ETV de 4-Julho-2011 sobre o Resgate II à Grécia
Eurogroup urges Treuhand-style privatisation agency for Greek state
ResponderEliminarEveryone is hoping to be a free rider on this one...
ResponderEliminarhttp://ftalphaville.ft.com/blog/2011/01/05/449046/sovereign-debt-burden-sharing-and-free-riding/
The ECB should not depend on external rating agencies for its credit decisions, though it should continue to publish the ratings composition of its portfolio.
ResponderEliminarCredit analysis is a "core skill" for any bank or (principal) investor, and best practices suggest that one should not outsource "core functions" to a supposedly independent "agency", who has no capital of its own at stake.
A bank who relies on an external agency for its credit decisions is failing in its key intermediation function of selectively allocating resources between savers and borrowers. In short, it may not be adding real value as a banking intermediary . True intermediation includes aggregation, tenor transformation AND professioally managed credit allocation and discipline, not just "banking by numbers".
The same can be said for a Central Bank that relies on external rating agencies analysis for the core market liquidity activities which are the key part of its permanent mandate.
If the ECB cannot afford to take the increasing risks inherent in its "core portfolio", it may need more shareholder support.
PPP Lusofonia
Do-it-yourself credit analysis for ECB deixou um novo comentário na sua mensagem "Distribuição da exposição bancária da Eurozone":
ResponderEliminarThe ECB should not depend on external rating agencies for its credit decisions, though it should continue to publish the ratings composition of its portfolio.
Credit analysis is a "core skill" for any bank or (principal) investor, and best practices suggest that one should not outsource "core functions" to a supposedly independent "agency", who has no capital of its own at stake.
A bank who relies on an external agency for its credit decisions is failing in its key intermediation function of selectively allocating resources between savers and borrowers. In short, it may not be adding real value as a banking intermediary . True intermediation includes aggregation, tenor transformation AND professioally managed credit allocation and discipline, not just "banking by numbers".
The same can be said for a Central Bank that relies on external rating agencies analysis for the core market liquidity activities which are the key part of its permanent mandate.
If the ECB cannot afford to take the increasing risks inherent in its "core portfolio", it may need more shareholder support.
PPP Lusofonia
Portugal downgraded by Moodys on private investors fears
ResponderEliminarEuropean policymakers are quite right to be concerned about the shifting of Eurozone distressed debt from private investors onto the balance sheets of the official creditors like the ECB, the Bundesbank and other EZ central banks and the individual EZ governments.
At the rate we are going, no rescue package will EVER be enough, until ALL these impaired assets shiftted in full onto the shoulders of Hans Steuerzahler (Contribuinte), while the erstwhile creditors are sitting home (or in Crete or the Algarve) enjoying the fruits of their (sic)labour.
Reliance on ratings by the ECB in its liquidity activities is just another design flaw in the Euro system. It's worse than useless in a crisis and should be eliminated. It's like asking a crash victim about health insurance before being allowed into the hospital emergency room.
ResponderEliminarLondon banker is right, external ratings are useful as CYA for investment banks when they handle someone else's money. An agent covering another agent.
The ECB's mission is different, especially in this case of mopping up after the regulatory failures of the other prudential regulators who allowed the credit bubble to cross borders too easily.
The ECB should reinforce its credit analysis capacity, not just for its current liquidity activities, but also to back-stop the other central banks who failed so miserably in preventing this "mother of all debt crises"
The British tax payer WILL be handing more and more money to British regulators to repair the balance sheets of the British banks, who put €280Bn into the Eurozone periphery countries, the SECOND largest exposure after the €370Bn from German banks, according to the BIS.
ResponderEliminarThat's the price to pay for the FAILURE of British prudential regulation, which allowed the credit bubble to cross borders lending to Ireland, Greece, etc.
The official rescue money, including the British pittance, has thus far served only to take over private sector exposure, rather than to provided real debt relief to the Greeks and others.
While the British bankers are going home free...
The NEW reality is that external payments deficits constitute a local funding threat?
ResponderEliminarNothing new here.
Intra-Eurozone external accounts (EZ-CABs) should have remained close to balance since we gave up the main external adjustment mechanism, an independent currency. That's why rebalancing the Eurozone will require reduction of the German CAB surplus as much as reduction of the Greek and Portuguese CAB deficits.
Can't really have one without the other.
Barclays sugere redução de juros para Portugal, mas pago pela UE
ResponderEliminarOs credores andaram a fazer "crédito ao metro" a clientes subprime, agora predem que contribuinte os ajude
ResponderEliminarPós-Graduação - Reforma da Regulação Financeira
ResponderEliminarPós-Graduação - Reforma da Regulação Financeira
1 de Novembro, 2011
O CURSO de PÓS-GRADUAÇÃO "REFORMA DA REGULAÇÃO FINANCEIRA – NA SEQUÊNCIA DA CRISE INTERNACIONAL" tem como base uma parceria entre, por um lado, o Instituto Europeu (IE) e o Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal (IDEFF), ambos da Faculdade de Direito de Lisboa, e, por outro lado, o Instituto de Formação Bancária (IFB) e o Instituto Superior de Gestão Bancária (ISGB), ambos criados pela Associação Portuguesa de Bancos (APB).
Still waiting for news of a "rogue trader" who made money
ResponderEliminarOn the UBS debacle:
ResponderEliminarWhy do we never hear of rogue traders who make money for the organization, only about the ones who loose money?
Perhaps the recent Swiss Central Bank exchange rate policy switch caught a few people flat-footed and exposed some risk control gaps.
Murphy's law strikes again.
The nationalization of Dexia is the end of the beginning of the Eurozone debt crisis.
ResponderEliminarIn general, lending by foreign banks tends to be a more volatile source of financing than portfolio investments.
ResponderEliminarThe volatility of lending by foreign banks reflects the current nature of their activities. Many people assume that bank loans come in the form of long-term, project-based finance that by definition can't be withdrawn suddenly. In fact, international bank lending today often takes the form of short-term interbank loans.
In better days, foreign banks would roll over most short-term loans as soon as they expired, often indefinitely. This became so routine that many banks and finance companies in emerging markets imprudently began to rely on these loans to fund new loans of different duration.
Em 2015, França já não é o maior credor da Grécia.
ResponderEliminarSe Atenas não pagar os 240 mil milhões de euros do resgate internacional que lhe foi concedido, Berlim ficaria a perder 56,5 mil milhões de euros, escrevia o Wall Street Journal (WSJ). À França, o incumprimento grego custaria 37,3 mil milhões, à Espanha 24,8 mil milhões, à Holanda 11,9 mil milhões, à Bélgica 7,2 mil milhões e à Áustria 5,8 mil milhões. Portugal ficaria a perder 1100 milhões de euros.