Desiludam-se os analistas que contavam com o fim da divergência das balanças de pagamentos, como seria de esperar num processo de ajustamento envolvendo a redução tanto dos défices como dos superavits de comércio externo dentro da Eurozone.
O excedente comercial da Alemanha aumentou em 2012 para 188,1 mil milhões de euros, face aos 158,7 mil milhões de euros atingidos no ano anterior, o segundo maior superavit dos últimos 60 anos atrás do superavit de 195,3 mil milhões em 2007.
O recorde histórico do excedente comercial da Alemanha em 2012, mesmo com um Euro relativamente forte, quase sempre acima de USD1,30/EUR, demonstra que as vantagens comparativas se acumulam a favor dos grandes exportadores. Os exportadores líquidos são também os maiores credores, beneficiando de um circulo virtuoso de superávits tanto comerciais como financeiros. A assimetria comercial reflecte-se numa forte assimetria de liquidez e de crédito, sem o qual os pequenos países importadores ficam condenados a défices comerciais sucessivos e a endividamento crescente.
Assim, o excedente comercial recorde da Alemanha em 2012,apesar de alguma inversão no quarto trimestre, é altamente preocupante pois indica a falta de ajustamento e da convergência entre parceiros comerciais que é imprescindível para a resolução de crise financeira.
Esta divergência comercial persistente, devida em parte à falta de instrumentos e de empenho no ajustamento entre os vários parceiros comerciais, é a causa fundamental que afasta qualquer solução sustentável para a crise de sobre-endividamento insustentável.
A eleições italianas, ou as manifestações portuguesas, são apenas sintomas do arrastamento e agravamento da crise de comércio internacional, ainda que bastante graves.
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
Testing the limits of divergence in the Eurozone http://ppplusofonia.blogspot.pt/2011/12/eurozone-crisis-tests-limits-of.html
On Reinhart and Rogoff: higher debt and lower growth, causality or mere correlation?
ResponderEliminarThe negative correlation between excessive external debt and economic growth is all the more critical to the member countries of a customs and currency union such as the Eurozone, who are defenseless, having given away nearly all of their adjustment policy tools.
And the causality is pretty clear to those of us on the front lines: Increasing external debt and other tsunamis of hot-money capital inflows finance persistent and growing trade deficts. Higher imports mean lower GDP. Even imports of capital goods fail to deliver (export-led) growth to the extent that local production loses economies of scale and becomes noncompetitive. And the next exporters are only too eager to recycle their trade surpluses in the form of more “vendor-financing” for more imports, of cars, submarines...
Lacking the correct FX signals to provide advance warning of the excessive external debt accumulation, net importers are lulled into the illusion that external deficits no longer matter, until the creditors impose a sudden stop.
The lack of recognition of the flow of causation from speculative external credit, to external deficits to internal (Government deficits) means that the Eurozone adjustment programs are mis-designed and mis-directed, and thus ineffective. For example, the so-called “bail-outs” have not included the pre-export trade finance revolving lines of credit that were a standard feature of the Latin American debt crisis.
In a customs and currency union, trade deficits of the weaker member countries are not self-correcting, so they must be kept low. That means that trade surpluses of the net exporters must also converge, and not keep “Testing the Limits of Divergence”.