Devemos recorrer ao FMI em 2011 para ajudar a resolver os nossos problemas de endividamento?
Faz de conta que Portugal é uma pessoa pré-diabética, de constituição e economia frágil, que se deixou viciar em "bolas de Berlin", isto é, em importações. Cada vez mais dependente das bombas de açúcar importadas, e fiadas, os sintomas de doença económica não tardam em aparecer, as tonturas, a obesidade, isto é, os défices, o endividamento, a estagnação económica, etc.
Os familiares e vizinhos apontam o dedo ao comportamento doentio do "importador compulsivo", e recomendam cortes nas importações das ditas "bolas de Berlin". Os fornecedores ameaçam deixar de fiar, mas não há maneira do "importador compulsivo" cortar o vício das importações e mudar de vida.
Pelo contrário, quando o Governo anuncia que vai subir a tributação dos "bólides de Berlin", os consumidores tocam a enfardar Audis e BMWs antes que aumentem os impostos.
Pelo contrário, quando o Governo anuncia que vai subir a tributação dos "bólides de Berlin", os consumidores tocam a enfardar Audis e BMWs antes que aumentem os impostos.
Então chama-se o "grande médico internacional", o dr. FMI, tão assustador como prometedor, que vem impor uma dieta rigorosa, cortando com as doces importações e outros maus hábitos financeiros.
Será que precisamos do "dr. FMI" para (1) diagnosticar os males do abuso de importações e do crédito externo que nos afligem, (2) para recomendar a receita, ou até (3) para a conseguir aplicar?
Será que devemos estar assustados ou esperançados com a eventual vinda do FMI?
Nem uma coisa nem outra, antes pelo contrário.
Nem uma coisa nem outra, antes pelo contrário.
Portugal a viver fiado, dependente de importações e de dívida externa, é como um comedor compulsivo dependente de doces e de bombas de açucar. Se não aprendermos controlar a nossa "dieta", a governar a nossa própria casa, de pouco nos vai adiantar que venha o maior especialista de fora a impor temporariamente uma dieta, a cortar nas importações e a cortar no endividamento. Quando ele virar as costas, voltaremos aos maus velhos hábitos. Isto é, continuaremos em viver de crise em crise.
VER Portugal e o FMI
Fonte: Público; Visão
Ver também:
Explica-me o OE como se eu fosse uma criança de 8 anos
Explica-me a Balança Comercial como se eu fosse um estudante de economia de 18 anos
VER Portugal e o FMI
Fonte: Público; Visão
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Explica-me o OE como se eu fosse uma criança de 8 anos
Explica-me a Balança Comercial como se eu fosse um estudante de economia de 18 anos
Lessons from sovereign debt defaults
ResponderEliminarhttp://www.theglobeandmail.com/report-on-business/economy/economy-lab/daily-mix/some-lessons-in-sovereign-debt-defaults/article1858036/
Curiously, the looser may very well be the country that attracts large capital inflows, especially "hot money" that funds net imports and promotes excessive local money and credit expansion, inflation, debt accumulation, etc. Hot money inflows can quickly turn into cold money outflows is a lesson we seem to have to learn over and over.
ResponderEliminarBrazil has a long history of managing these "hot money" flows better than most countries, with judicious use of capital controls, mostly on the incoming side.
Iceland, Ireland and the Eurozone Single Market periphery should have done as well.
Another instrument eliminated by the Single Market
Quando o FMI vier, vai passar rapidamente da fase de diagnóstico para a fase de implementação de receitas bem conhecidas e mal amadas.
ResponderEliminarUma das medidas mais prováveis é a tosquia (o famoso haircut) das "pensões douradas" que prejudicam o sentido de justiça ainda mais do que o orçamento.
Se um trabalhador no activo, que ainda está a produzir, sofre cortes a partir de 1.500 euros/mês, porque é que um pensionista, que já não produz e só recebe, não sofre cortes sequer a partir de 3.000 euros/mês?
Compras extravagantes, fiadas...
ResponderEliminar...eu extravago
...tu extravagas
...ele extravaga
...nós extravagamos...
...advanced economies in Europe are projected to continue tightening policies, in the form of frontloaded budget consolidation, ... amid heightened market scrutiny in several countries...
ResponderEliminar...the strengthening of the Eurozon fiscal framework continues, with the procedures leading to an improved Stability and Growth Pact...
The European Council has cleared the way for the creation of a permanent crisis management and resolution arrangement: the European Stability Mechanism (ESM). By June 2013, the ESM will combine
(a) a liquidity-provision arm similar to the European Financial Stability Facility (EFSF) with
(b) a crisis resolution procedure that will mandate bondholder bail-in for any country deemed insolvent...
When Irish Eyes are Crying
ResponderEliminara crise irlandesa vista por Michael Lewis of Vanity Fair
http://www.vanityfair.com/online/daily/2011/02/michael-lewis.html
Alguns analistas já alertavam há alguns anos para a necessidade de promover as exportações e o sector de bens transácionáveis.
ResponderEliminarVer http://ppplusofonia.blogspot.com/2006/04/exportar-e-necessario.html
Ter-Minassian:
ResponderEliminarSaída da crise passa pela poupança
http://www.bloomberg.com/news/2011-02-01/portugal-needs-more-public-private-savings-ter-minassian-says.html
Autocensura dos próprios analistas dp FMO impediu a previsão da crise financeira
ResponderEliminarPortugal tem a segunda mais baixa taxa de poupança dos países da UE.
ResponderEliminarFonte: Desmitos