As bolhas financeiras alimentadas pelo crédito excessivo e a sua inevitável contracção são tão recorrentes que os melhores exemplos têm séculos. Veja-se Kindleberger, 1989, "Manias, Panics and Crashes", um livro que merece ser relido anualmente.
Sabemos que a banca está sempre na linha da frente ao intermediar o risco e a liquidez entre os aforradores/depositantes e os devedores. Quando a banca é imprudente e faz crédito a mais, especialmente crédito externo ou cross-border, alimentam e potenciam a bolha, e acabam por perder com o crédito mal parado os lucros que ganharam na parte expansionista.
Quando a bolha e o consequente colapso é muito grande, as perdas esgotam o capital dos bancos, que têm que ser recapitalizados. Isto é uma das principais funções da regulação prudencial a cargo dos bancos centrais. Se os accionistas não puderem ou não quiserem recapitalizar os bancos, o Estado tem que o fazer, através uma nacionalização mais ou menos encapotada para servir de safety net ao sector financeiro que é essencial para qualquer economia. Foi isso que aconteceu em Portugal 1975, no Mexico em 1982, etc.
A nacionalização pode ser explicita, e revestida de ideologia, ou pode ser mais encapotada, na forma de garantias ou acções sem voto. Mas o apoio do Estado deve ser sempre condicional, protegendo sobretudo os depositantes e os clientes. A protecção não deve abranger nem os accionistas nem os gestores bancários, alguns dos quais são mesmo parte do problema e não parte da solução, pois ficam paralisados na fase de negação.
Estes prognósticos são lamentáveis mas nem por isso são surpresa. Por isso a nacionalização do banco Dexia pelo governo belga pode ter sido vista como o "fim do princípio da crise".
É natural que os accionistas e gestores bancários portugueses contestem o condicionalismo dos apoios do Estado de que necessitam como de pão para a boca. Mas os dinheiro dos contribuintes portugueses, que terão que eventualmente reembolsar os créditos aos contribuintes alemães, não pode ser dispensado sem exigir fortes contrapartidas, sob pena de continuar a alimentar o problema de gestão bancária e financeira imprudente.
Como diz o velho ditado popular, "a quem for mau dispenseiro, não entregues o teu dinheiro".
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia, Portugal
VER mais ....
Manias, panics...http://ppplusofonia.blogspot.com/2008/10/efficient-market-fallacy.html
Five recommendations http://ppplusofonia.blogspot.com/2011/10/five-recommendations-to-help-resolve.html
Provérbios financeiros http://ppplusofonia.blogspot.com/2010/06/tudo-sobre-economia-e-financas-nos.html
Sabemos que a banca está sempre na linha da frente ao intermediar o risco e a liquidez entre os aforradores/depositantes e os devedores. Quando a banca é imprudente e faz crédito a mais, especialmente crédito externo ou cross-border, alimentam e potenciam a bolha, e acabam por perder com o crédito mal parado os lucros que ganharam na parte expansionista.
Quando a bolha e o consequente colapso é muito grande, as perdas esgotam o capital dos bancos, que têm que ser recapitalizados. Isto é uma das principais funções da regulação prudencial a cargo dos bancos centrais. Se os accionistas não puderem ou não quiserem recapitalizar os bancos, o Estado tem que o fazer, através uma nacionalização mais ou menos encapotada para servir de safety net ao sector financeiro que é essencial para qualquer economia. Foi isso que aconteceu em Portugal 1975, no Mexico em 1982, etc.
A nacionalização pode ser explicita, e revestida de ideologia, ou pode ser mais encapotada, na forma de garantias ou acções sem voto. Mas o apoio do Estado deve ser sempre condicional, protegendo sobretudo os depositantes e os clientes. A protecção não deve abranger nem os accionistas nem os gestores bancários, alguns dos quais são mesmo parte do problema e não parte da solução, pois ficam paralisados na fase de negação.
Estes prognósticos são lamentáveis mas nem por isso são surpresa. Por isso a nacionalização do banco Dexia pelo governo belga pode ter sido vista como o "fim do princípio da crise".
É natural que os accionistas e gestores bancários portugueses contestem o condicionalismo dos apoios do Estado de que necessitam como de pão para a boca. Mas os dinheiro dos contribuintes portugueses, que terão que eventualmente reembolsar os créditos aos contribuintes alemães, não pode ser dispensado sem exigir fortes contrapartidas, sob pena de continuar a alimentar o problema de gestão bancária e financeira imprudente.
Como diz o velho ditado popular, "a quem for mau dispenseiro, não entregues o teu dinheiro".
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia, Portugal
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Manias, panics...http://ppplusofonia.blogspot.com/2008/10/efficient-market-fallacy.html
Five recommendations http://ppplusofonia.blogspot.com/2011/10/five-recommendations-to-help-resolve.html
Provérbios financeiros http://ppplusofonia.blogspot.com/2010/06/tudo-sobre-economia-e-financas-nos.html
Eis um bom momento para a nomeação de administradores independentes, que não políticos nem ligados aos executivos accionistas anteriores
ResponderEliminarE se uma PME também fosse a Bruxelas cada vez que o banco lhe faz mais uma patifaria, como, por exemplo, alterar unilateralmente as condições do crédito ou dar-lhe uns dias,poucos, para liquidar o empréstimoa? Os banqueiros em Portugal são e foram sempre os mais exploradores dos dinheiros publicos.
ResponderEliminarAté no tempo do Salazar eles viviam à conta do pobre contribuinte...
Com estes banqueiros bem podemos ficar só com o banco público...