Debt workout 101 - part 12 The benefits of a non-default
Os temas mais marcantes nacionais no que vai de 2012 em Portugal
Em suma, os maiores desafios para a segunda metade de 2012, em termos nacionais e internacionais, serão
Os temas mais marcantes nacionais no que vai de 2012 em Portugal
- A capacidade de exportar mais e de reduzir o défice
de comércio externo. Trata-se de uma
tendência positiva, ainda que não consolidada. Depende das novas exportação da
Autoeuropa para a China, das re-exportações de combustível, do corte das
importações de bens de consumo duráveis como automóveis, etc. Estamos no bom caminho, mas temos ainda muito
a fazer para melhorar a competitividade
dos nossos produtos, o pode passar mais pela certificação de qualidade e o
financiamento à pre-exportação do que pela redução dos custos laborais. Também temos que agregar os esforços em “clusters”
exportadoras para ganhar escala e massa critica e para melhorar o
posicionamento de Portugal na cadeia de valor.
Quanto mais perto do cliente final melhor.
- A coragem de restruturar o Estado e o Sector Público
em face de todo o tipo de resistência à aplicação de cortes efectivos e
permanentes na despesa. A despesa pública em Portugal representou
50,7% do PIB em 2010, o que não parece muito elevado em relação à media de
50,3% dos EU-27 ou de 50,4% dos Eurozone-17, ou dos 56,2% da França, mas isto
não inclui o icebergue de despesa e de divida pública escondida no SEE- Sector
Empresarial do Estado e nos contratos PPPs. O
grosso destes encargos continuam classificados fora das Administrações Públicas
que acrescentariam pelo cerca de 15-20% do PIB.
Portugal tem não só que reduzir o peso global do sector publico para
menos de 50% do GDP mas também melhorar a produtividade desta super-metade da economia.
Para fazermos um “downsizing” permanente que alivie a
nossa carga fiscal igualmente incomportável e para conseguirmos MENOS Estado E MELHOR Estado, vai ser necessário persistir, manter o rumo e
o esforço, “to stay the course”.
Os temas mais marcantes internacionais no que vai de
2012
- Os vais-e-véns da intervenção do BCE na crise
financeira europeia, que parece ter aumentado e não reduzido a incerteza e a
desconfiança dos agentes financeiros. Agora o BCE diz que vai fazer “tudo o
necessário”, mas sempre distinguindo os riscos micro da contraparte (mutuários
insolventes) em que as perdas devem ser assumidas pelos próprios credores
iniciais, dos riscos macro de transferência e redenominação que se enquadram no
seu mandato como autoridade monetária. É
uma distinção interessante em teoria, mas muito difícil de entender e de implementar
na prática.
O BCE é um banco central diferente de qualquer outro, resta
saber se é um gigante maneta ou um gigante algemado. No que toca à regulação prudencial e a supervisão, esta ficou a cargo dos bancos
centrais nacionais, que falharam redondamente nessas funções. E na gestão de liquidez, o BCE está
condicionado por um mandato muito limitado e pela oposição activa dos seus maiores
accionistas como a Alemanha.
E não se consegue avançar com medidas fundamentais de
política bancária tais como a criação de um Sistema de Garantia de Depósitos
Europeu, que servisse para proteger os pequenos depositantes e aforradores a
retalho locais, com cobertura não só do risco de crédito como do risco de redenominação.
Esta medida é seguramente imprescindível para estancar a fuga de capitais, para
estabilizar o financiamento bancário e para promover a poupança local, todos
pilares essenciais para qualquer solução.
Parece que a actuação do BCE na crise de crédito da
Eurozone está quase totalmente dependente da vontade de um dos seus
membros, a Alemanha, e das decisões do seu Tribunal Constitucional
Federal. Presumivelmente, o Tribunal Constitucional
alemão também estará consciente do crescente saldo credor do Bundesbank no sistema TARGET2.
- Entretanto, os investidores, alemães e outros, vão aproveitando este longo interregno de default-que-não-é-default,
desde pelo menos 2009, para reduzir a sua exposição aos
países sobre-endividados, passando a “batata quente” da dívida malparada para
os credores oficiais colectivos como o BCE.
É a mutualização da dívida europeia pelo lado do credor, em contraste
com a mutualização da dívida pelo lado do emitente de que tanto se fala. Tratando-se sobretudo de dívida titularizada
e não de dívida bancária, é mais difícil, mas não menos importante, obrigar os credores a renegociar condições e afazer
um “debt workout” tradicional, com
reestruturação da dívida e patilha de sacrifícios entre devedores e credores,
outro elemento essencial para qualquer solução sustentável.
Em suma, os maiores desafios para a segunda metade de 2012, em termos nacionais e internacionais, serão
- A necessidade primordial de continuar a implementar reformas estruturais de fundo em
Portugal, e nos outros países deficitários, para reduzir os desequilíbrios externos
e internos. o que terá também reflexos nos superavitários.
- A importância de estabilizar o funding dos
bancos europeus, periféricos (ex. os
portugueses) e não periféricos, a fim de cortar o círculo vicioso (negative feedback loop) entre risco banca e risco soberano, de reduzir o recurso ao BCE, e de
assegurar o financiamento à economia real, nomeadamente às exportações. O sistema bancário e financeiro europeu está
fragmentado e deixou de cumprir correctamente as suas funções de intermediação
financeira, o que poderá ter consequências incalculáveis para a economia
europeia.
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
27-Julho-2012
Fontes: Eursotat, ECB , FT Alphaville, Económico ETV
Summary:
Meanwhile, investors, German and otherwise, have taken advantage this long interregnum of default-that-is-not-default, since at least 2009, to reduce their exposure to over-indebted countries, and to pass the "hot potato" of distressed debt to the collective official creditors such as the ECB.
This is the equivalent of mutualization of distressed European debt from the creditor side, in contrast to the mutualization of debt from the issuer side, something which is not gone beyond the discussion stage. In the case of debt securities rather than bank debt, it is more difficult, but still important, to force lenders to renegotiate terms and to do a traditional "debt workout" with restructuring of debt tenors and burden sharing between debtors and creditors, all essential elements for any sustainable workout solution.
See Bloomberg article describing how irresponsible borrowers using bailout funds to repay equally irresponsible lenders in http://www.bloomberg.com/news/2012-05-23/merkel-should-know-her-country-has-been-bailed-out-too.html
a concept initially presented in this blog in March 2011 in http://ppplusofonia.blogspot.pt/2011/03/adjustment-effort-must-focus-directly.html, and http://ppplusofonia.blogspot.pt/2011/09/debt-workout-101-games-borrowers-and.html
EU deposit guarantee NOW http://ppplusofonia.blogspot.pt/2012/05/eu-wide-deposit-gurantees-now.html
Summary:
Meanwhile, investors, German and otherwise, have taken advantage this long interregnum of default-that-is-not-default, since at least 2009, to reduce their exposure to over-indebted countries, and to pass the "hot potato" of distressed debt to the collective official creditors such as the ECB.
This is the equivalent of mutualization of distressed European debt from the creditor side, in contrast to the mutualization of debt from the issuer side, something which is not gone beyond the discussion stage. In the case of debt securities rather than bank debt, it is more difficult, but still important, to force lenders to renegotiate terms and to do a traditional "debt workout" with restructuring of debt tenors and burden sharing between debtors and creditors, all essential elements for any sustainable workout solution.
See Bloomberg article describing how irresponsible borrowers using bailout funds to repay equally irresponsible lenders in http://www.bloomberg.com/news/2012-05-23/merkel-should-know-her-country-has-been-bailed-out-too.html
a concept initially presented in this blog in March 2011 in http://ppplusofonia.blogspot.pt/2011/03/adjustment-effort-must-focus-directly.html, and http://ppplusofonia.blogspot.pt/2011/09/debt-workout-101-games-borrowers-and.html
EU deposit guarantee NOW http://ppplusofonia.blogspot.pt/2012/05/eu-wide-deposit-gurantees-now.html
Every country for itself...
ResponderEliminarECB purchases of debtor country bonds transfer risk exposure AMONG creditors, NOT from the debtors to the creditors.
ResponderEliminarIf a debt comes due and the debtor can't pay. the first gambit is always to get a willing substitute creditor. Debtor continue owing the same or more, what with interest on interest.
This is also known as "the greater fool" strategy of debt workout, bailing out the original creditors, which much prefer to avoid a formal defaul and the ensuing suspension of payments.
A great example of the benefits of demonizing default is this article "When strategy is taken for stupidity." or as someone else said why the Europeans don't do credit workout.
ResponderEliminarJust keep the ECB funding the bad loan repayments, thank you, danke, merci http://ftalphaville.ft.com/blog/2012/06/06/1030341/when-strategy-is-mistaken-for-stupidity-the-curious-case-of-eurozone-politicians/