A Eurozone entrou oficialmente em recessão com uma contracção de -0,1% no terceiro trimestre, depois de uma contracção -0,2% no trimestre anterior.
Ainda pior, é o facto de que as fortunas dos países membros da Eurozone continuam a divergir. Portugal têve a segunda maior redução de -0,8% do PIB, mas nada que se compare com os -6% da malfadada Grécia que continua em queda livre.
A discussão caricata de se Portugal poderá vir a beneficiar dos prazos alargados da ajuda externa no seguimento do alívio concedido à Grécia apenas demonstra a nossa falta de poder negocial como devedores frágeis e temerosos.
A estratégia dos credores de isolar, e até demonizar, a Grécia é uma das tácticas mais antigas - dividir para reinar. Ou então, os credores já terão pouco a perder na Grécia porque já transferiram o sua exposição para credores oficiais como o BCE e querem mais tempo para fazer o mesmo com os outros devedores.
De facto, estamos em crise pelos mesmos motivos: caímos na esparrela do crédito fácil, com défices externos a acumular em dívida durante anos a fio. Mas se os países caíram da mesma forma, vamos ter que nos levantar cada um à sua maneira.
De facto, estamos em crise pelos mesmos motivos: caímos na esparrela do crédito fácil, com défices externos a acumular em dívida durante anos a fio. Mas se os países caíram da mesma forma, vamos ter que nos levantar cada um à sua maneira.
Portugal e a Grécia sofrem de problemas muito semelhantes na sua origem, afinal eram os dois países da Eurozone com os maiores défices externos (BTC/PIB de -10% em 2010). Felizmente, a divergência entre Portugal e a Grécia na saída da crise parece estar bem consolidada. Nós estamos no bom caminho, da austeridade, eles ainda só têm os custos sociais.
Quando a crise rebentou, foi com um efeito dominó na fase da queda, mas o efeito dominó só se inverte nos filmes. Agora cada país tem que encontrar a sua própria solução. E para Portugal, a solução acertada vai ter que passar por negociações a sério com os nossos credores, aconteça o que acontecer com a Grécia.
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
Ver mais sobre a Divergência http://ppplusofonia.blogspot.pt/2011/12/eurozone-crisis-tests-limits-of.html
isso mesmo. E não só - vamos ter de ser inventivos para sairmos deste colete, não saímos daqui sejam quais forem as condições que negociemos - aliás, é bom de ver que se quisessem que saíssemos nunca estaríamos sujeitos a estas condições, não é? Não podemos ser ingénuos, isto é deliberado e temos de ser tão espertos como os alemães foram a seguir à WW1
ResponderEliminar"GDP per capita is highly correlated with the likelihood of sovereign default"? So what?
ResponderEliminarDidn't they hear the one about correlation not implying causality?
The reason the domestic credit /GDP ratio is a much more critical indicator is that it feeds imports and facilitates a yawning external CAB deficit, resulting in devaluation, default or both.
Would that Eurozone national Central Banks and (im)prudential had kept their eye on line 32 of the IMF's International Financial Statistics.
Se os saldos comerciais dentro da Eurozone continuarem a diverger, o Euco como Moeda Única estará condenado.
ResponderEliminarO professor Alfredo de Sousa era conhecido pelas suas anedotas ilustrativas.
ResponderEliminarNuma certa ocasião, duas pessoas comeram um frango, uma boa média de meio frango por pessoa.
Só uma pessoa comeu o frango todo e a outra pessoa não comeu nenhum.
Eis o que pode estar escondido por trás das estatísticas.