Em Africa, os projetos bancáveis não se encontram, fazem-se, constroiem-se, montam-se.
O mesmo foi feito em Portugal nos anos 1990's quando foi necessário criar a LISBOR para poder financiar em moeda local os projetos de muito longo prazo como a Tejo Energia.
Esta dura realidade subjacente ao dilema de quem trabalha para o desenvolvimento nos países emergentes é ainda mais aguda nos países da Lusofonia.
Na sessão de apresentação do BEI e da SOFID de ontem 27-Fev-2019 no CCB, organizada pela CIP, houve uma troca de comentários significativos:
SIM, sim todos têm razão, e nunhum tem a razão toda.
Senão vejamos o que fazem os outros países, como no caso da Southern Africa Climate Finance Partnership, a parceria para o financiamento de projetos climáticos na Africa austral.
DfID, o Departament for International Development do Reino Unido, aplicou GBP 4.9 milhões (EUR 5.7 milhões) como "capital semente" de um progama regional de desenvolvimento e preparação de projetos climáticos para alguns países da Commonwealth, Botswana, Lesotho, Namibia, South Africa, Zambia and Zimbabwe.
O objectivo é criar uma carteira de (dossiers de) projetos que possam ser candidatos ao financiamento concursado do novo Fundo Verde do Clima, Green Climate Fund (GCF). Com um investimento, modesto mas imprescindível, na identificação e preparação de vários projetos, o Reino Unido vai ajudar alguns países a passarem à frente na corrida ao Fundo Verde do Clima.
É que tudo começa pelo início: Sem e dossiers bem estruturados de projetos ditos "bancáveis", não há financiamento, não há investimento, não há impacto para o desenvolvimento sustentável. E criar um bom dossier de projeto, visionário, tanto ambicioso como rigoroso, leva meses e anos, custa milhares e milhões...
Sem o capital semente, na forma de subsídios a "fundo perdido" mas bem aproveitados, no final acabamos sempre no mesmo BECO sem saída - a falta de projetos ditos "bancáveis, prontos a financiar, com tudo que isso exige. E os países vão ficando cada vez mais ultrapassados pelos seus vizinhos.
E os PALOP, os países da Lusofonia, como vão financiar este "trabalho de casa" de identificação e formulação, de estudos prévios, e toda a preparação de candidaturas aos financiamentos disponiveis ?
Mariana Abrantes de Sousa
Economista e Consultora Financeira
Ver mais em:
Southern Africa Clima Finance Partnership - https://southsouthnorth.org/portfolio_page/southern-africa-climate-finance-partnership-sacfp/
DfID - https://www.gov.uk/government/organisations/department-for-international-development
LISBOR - http://ppplusofonia.blogspot.com/2012/08/os-indexantes-de-taxas-de-juro-ou-as.html
Como financiar projetos climáticos - http://ppplusofonia.blogspot.com/2018/11/como-financiar-projetos-climatico-nos.html
Fundo Verde do Clima (GCF) - http://finance.southsouthnorth.org/
O mesmo foi feito em Portugal nos anos 1990's quando foi necessário criar a LISBOR para poder financiar em moeda local os projetos de muito longo prazo como a Tejo Energia.
Esta dura realidade subjacente ao dilema de quem trabalha para o desenvolvimento nos países emergentes é ainda mais aguda nos países da Lusofonia.
Na sessão de apresentação do BEI e da SOFID de ontem 27-Fev-2019 no CCB, organizada pela CIP, houve uma troca de comentários significativos:
--Só estamos interessados em projetos bancáveis, disse um participante...
-- O que não falta é dinheiro para financiar projetos, disse outro, há dinheiro a rodo, mas os países não oferecem condições...
-- Falta dinheiro mas é para a preparação e desenvolvimento de projetos, disse outro...
-- O que falta são dossiers bem preparados e estruturados de acordo com os ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para atrair os investidores e financiadores...
-- É necessário investir na preparação, "incubar" os projetos...
-- É necessário investir na preparação, "incubar" os projetos...
Senão vejamos o que fazem os outros países, como no caso da Southern Africa Climate Finance Partnership, a parceria para o financiamento de projetos climáticos na Africa austral.
DfID, o Departament for International Development do Reino Unido, aplicou GBP 4.9 milhões (EUR 5.7 milhões) como "capital semente" de um progama regional de desenvolvimento e preparação de projetos climáticos para alguns países da Commonwealth, Botswana, Lesotho, Namibia, South Africa, Zambia and Zimbabwe.
O objectivo é criar uma carteira de (dossiers de) projetos que possam ser candidatos ao financiamento concursado do novo Fundo Verde do Clima, Green Climate Fund (GCF). Com um investimento, modesto mas imprescindível, na identificação e preparação de vários projetos, o Reino Unido vai ajudar alguns países a passarem à frente na corrida ao Fundo Verde do Clima.
É que tudo começa pelo início: Sem e dossiers bem estruturados de projetos ditos "bancáveis", não há financiamento, não há investimento, não há impacto para o desenvolvimento sustentável. E criar um bom dossier de projeto, visionário, tanto ambicioso como rigoroso, leva meses e anos, custa milhares e milhões...
Sem o capital semente, na forma de subsídios a "fundo perdido" mas bem aproveitados, no final acabamos sempre no mesmo BECO sem saída - a falta de projetos ditos "bancáveis, prontos a financiar, com tudo que isso exige. E os países vão ficando cada vez mais ultrapassados pelos seus vizinhos.
E os PALOP, os países da Lusofonia, como vão financiar este "trabalho de casa" de identificação e formulação, de estudos prévios, e toda a preparação de candidaturas aos financiamentos disponiveis ?
Mariana Abrantes de Sousa
Economista e Consultora Financeira
Ver mais em:
Southern Africa Clima Finance Partnership - https://southsouthnorth.org/portfolio_page/southern-africa-climate-finance-partnership-sacfp/
DfID - https://www.gov.uk/government/organisations/department-for-international-development
LISBOR - http://ppplusofonia.blogspot.com/2012/08/os-indexantes-de-taxas-de-juro-ou-as.html
Como financiar projetos climáticos - http://ppplusofonia.blogspot.com/2018/11/como-financiar-projetos-climatico-nos.html
Fundo Verde do Clima (GCF) - http://finance.southsouthnorth.org/
A CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em parceria com o BEI – Banco Europeu de Investimento e a SOFID – Sociedade para o Desenvolvimento do Financiamento, está a organizar o Seminário “Investment Financing in Africa“, que terá lugar no próximo dia 27 de fevereiro 2019, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, entre as 9h00 e as 13h00.
O evento tem como objetivo a apresentação dos instrumentos financeiros do BEI para a região ACP – África, Caraíbas e Pacífico, destinados às empresas europeias.
Programa: http://cip.org.pt/financing-investment-in-africa-27-fevereiro/
A Gulbenkian e outras fundações tiveram um Mecanismo de Apoio à Elaboração de Projetos bastante bem sucedido com um efeito catalizador e multiplicador notável. https://gulbenkian.pt/project/mecanismo-de-apoio-a-elaboracao-de-projetos/
A Gulbenkian e outras fundações tiveram um Mecanismo de Apoio à Elaboração de Projetos bastante bem sucedido com um efeito catalizador e multiplicador notável. https://gulbenkian.pt/project/mecanismo-de-apoio-a-elaboracao-de-projetos/
Parabéns Mariana por mais este contributo, que Portugal e os Portugueses saibam aproveitar este tempo de Descoberta onde novos paradigmas de Desenvolvimento esperam por nós.
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