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quinta-feira, agosto 28, 2014

Schäuble's ice bucket

O Ministro de Finanças alemão Wolfgang Schäuble  juntou-se à moda do balde de água fria, desta vez para cortar as expectativas dos seus parceiros comerciais que gostariam de ver a Alemanha a importar mais.  

O discurso de Mario Draghi de 22-Julho em Jackson Hole merece ser traduzido, especialmente para alemão,  e bem estudado.
Um banqueiro central focando tanta atenção sobre o desemprego devia  dar  muito  que pensar aos governos. A política monetária, e até mesmo flexibilização de crédito "dirigido" (targeted)  nunca será suficiente para dar a volta à economia europeia,  nem para inverter a divergência de fortunas entre os parceiros comerciais dentro da Eurozone.  Especialmente com a regualação "Basileia" a tornar os intermediários financeiros cada vez mais avessos ao risco e incapazes de exercer eficazmente a sua função económica.
Historical Data ChartSem o estímulo fiscal e politicas de rendimentos mais expansionistas nos países superavitários, e sem apoio comercial  explícito para os pequenos países deficitários, estes nunca poderão crescer o suficiente para algum dia chegar a  pagar suas dívidas, que continuam a aumentar.

Draghi tem razão: a coesão de longo prazo da Euro Area  depende de CADA país, mesmo os mais pequenos, virem a atingir um  nível de emprego.elevado e sustentável.

Infelizmente,  outros líderes míopes mantém-se rígidos e petrificados no tempo, concentrando-se apenas nos seus sucessivos recordes de superávits comercial, exportando recessão para os seus parceiros comerciais.

E ai de quem se atreva, como o ex-Ministro francês Montebourg, a ter pensamentos independentes, e a contestar ou defender uma visão diferente da ortodoxia hooveriana.

Mariana ABRANTES de Sousa
PPP Lusofonia

Testing the limits of divergence in the Eurozone  http://ppplusofonia.blogspot.pt/2014/05/euro-divergence-2000-2014.html 
Draghi    http://ftalphaville.ft.com/2014/08/22/1943171/draghis-speech-at-jackson-hole/
Montebourg  http://www.publico.pt/mundo/noticia/montebourg-nao-fica-a-falar-sozinho-1667573
Schäuble   http://www.publico.pt/economia/noticia/schauble-diz-que-draghi-esta-a-ser-mal-interpretado-sobre-a-austeridade-1667790
Hoover  https://answers.yahoo.com/question/index?qid=20100509183641AABs0oZ
New Deal for Europe http://ppplusofonia.blogspot.pt/2012/06/new-deal-essential-to-overcome-european.html 

terça-feira, agosto 19, 2014

Controlo de despesas públicas nos PALOP

Cabo Verde acolhe seminário sobre controlo das despesas públicas nos Palop

Praia - A capital cabo-verdiana, Praia, acolhe desde segunda-feira (Agosto 2014) um seminário organizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), destinado a deputados e técnicos nacionais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), sobre controlo parlamentar das despesas públicas. Leia mais

PT to NO: hold the cod, send governance

Depois de uma das maiores falhas de governação de que há memória, seria importante que o IP Corporate Governance promovesse uma boa  reflexão sobre   o estado da "coroporate governance" em Portugal e sobre as virtudes da diversidade nos Conselhos de Administração nos bancos e nas empresas, incluindo as empresas públicas.  

Para além das notícias do encerramento de um banco, vejamos também a posição de Portugal na cauda da Europa com apenas 5% de mulheres nos Conselhos de Administração de cotadas.  E Portugal ainda nem sequer tem quotas ou objectivos definidos. 

Em contraste, a Noruega já vai quase em 40%. Ora, se não podemos deixar de importar o petróleo nem o bacalhau da Noruega, poderíamos pelo menos passar a importar também o  modelo de governação da Noruega

Mariana ABRANTES de Sousa 
PPP Lusofonia 
.  
VER http://www.bloomberg.com/news/2014-08-18/portugal-has-europe-s-fewest-women-on-boards-chart-of-the-day.html

ALSO  Mark Kurlansky, 1997,  Cod: A Biography of the Fish That Changed the World,

http://www.culinate.com/books/book_reviews/cod

domingo, agosto 10, 2014

Portugal - Erros com a Troika

Devemos assumir que os erros no processo de ajustamento de Portugal não são da TROIKA, são nossos, do Governo português.  Mesmo na ausência de alternativas, a responsabilidade pelos resultados começa e acaba dentro de fronteiras. 
E havia muito que podíamos ter exigido da TROIKA que não tivermos visão nem coragem para fazer. Veja-se alertas antigos, das coisas que não lembraram à TROIKA.  
Por exemplo, colapso do banco BES foi um erro que poderia ter sido evitado com melhor supervisão bancária nacional e melhor gestão de riscos do sistémicos, negociando muito mais duro com o BCE. 
Os 10 erros da Troika: O jornalista do Jornal de Negócios Rui Peres Jorge escreveu o livro "Os 10 erros da troika em Portugal". Durante todo o programa de ajustamento Rui Peres Jorge falou com técnicos da troika, analisou documentos, entrevistou reponsáveis políticos dos outros países resgatados e académicos. Uma recolha exaustiva de informação que lhe permitiu fazer uma análise ao memorando assinado em Portugal.
Fontes: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/quais_foram_os_10_erros_da_troika_em_portugal.html
http://www.publico.pt/multimedia/video/austeridade-sacrificios-e-empobrecimento-os-erros-da-troika-em-portugal-20140625-125535

"Há razões para estarmos satisfeitos mas há riscos significativos" Os comentadores do ETV Mariana Abrantes de Sousa e Hélder de Oliveira analisam a carta de intenções exigida pelo FMI e as previsões da OCDE para a ...
O diagnóstico e o receituário da Troika continuam equivocados, focando o défice interno em vez do défice externo, a má governação dos devedores em vez das práticas de crédito fácil, para não dizer predador, dos credores.
 
In order to satisfy the Troika, the Madeira Free Trade zone will loose most of the tax exemptions that made it attractive to non-resident depositors and other clients, including the absence of the WHT withholding tax of 21.5% on ...
Coisas que não lembram à Troika. Algumas sugestões para melhorar a nossa competitividade internacional: 1. 1. Falta um Export-Import Bank para toda a União Europeia, uma vez que o “financiamento à exportação” é um ...

sábado, agosto 09, 2014

Regulador bancário para que te quero

Aparentemente, o BCE deu apenas um dia útil ao BES para reembolsar o EUR 10.000 milhões de funding.
De facto, a supervisão bancária e a função de "credor de último recurso" já não são o que eram.

Com tais reguladores, como é que os bancos se seguram no "CAMEL"?
C - capital e solvência
A - activos de qualidade
M- mangement, gestão prudente
E - earnings, boas margins de intermediação
L - liquidez e funding 

Qualquer aluno de "Moeda e Banca" sabe que os bancos tremem por problemas de gestão e de solvência, mas os bancos caiem por razões de liquidez e funding, sejam corrida aos depósitos por depositantes de retalho, sejam cortes de linhas de crédito interbancárias, sejam exigências de reembolso imediato do funding de emergência fornecido da parte de autoridades monetárias como o BCE.

 Fontes: http://observador.pt/2014/08/09/banco-central-europeu-obrigou-portugal-enterrar-o-bes/ e
 http://www.lawrei.com/resources/Ata%20do%20Banco%20de%20Portugal%20Novo%20Banco%5B5%5D.pdf
http://www.lawrei.com/resources/Ata%20do%20Banco%20de%20Portugal%20Novo%20Banco%5B5%5D.pdf
Video RTP http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=759116&tm=6&layout=122&visual=61 

Devil in the Divergence - energy trade deficit

Portugal's severe energy deficit points to LOCAL renewables 
Em português abaixo 
A recent article in the Economist (Sun, wind and drain,  26-July-2014 on a Brookings Institution study) concludes, on the basis of some very aggregated and weak analysis) that gas based electricity generation is "cheaper" than solar and wind renewables even with carbon emission priced several times the current market price, after factoring in the availability charges for thermal plants needed to stand-by to compensate for the intermittency of solar and wind power. 

These  averages, even if they were correct, could be interesting but are a  poor policy guide since the "devil is in the divergence", that is the risks. And pricing carbon at USD50/ton internalizes only one of the negative externalities of fossil fuel dependence. How do you price in the negative impact of FF imports on the balance of payments for a country which cannot adjust through devaluation?


For a sunny and windy country like Portugal, with an energy trade deficit of EUR 6.23 billion (in 2103,-3,8% of GDP, down from -6% of GDP in earlier years), cutting energy imports may make all the difference in the ability to repay external debt, which depends on a positive CAB current account balance. 
Or Portugal can work to boost other exports of "sunshine in a bottle",such as wine, which reached EUR 725 million in 2013 to pay for imports of coal, oil and gas. We would need to export eight times more wine to cover our energy trade deficit. 

That is a lot of Port.  Drink up!

Sources:  Energy trade balance  http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/factura_energetica_portuguesa_cai_para_o_valor_mais_baixo_dos_ultimos_tres_anos.html  
Economist Sun Wind and Drain  http://www.economist.com/comment/2463065   
Instituto da Vinha e do Vinho  www.ivv.min-agricultura.pt/  http://expresso.sapo.pt/exportacoes-de-vinho-cresceram-em-2013=f856799

Défice energético aponta para renováveis  Um artigo recente na revista The Economist (Sol, vento e drenagem, 26-Julho-2014 sobre um estudo Brookings Institution) concluiu, com base em uma análise muito fraca e agregada) que a geração de electricidade a partir do gás natural é  "mais barata" do que as energias renováveis​​, mesmo com as emissões de CO2 cobradas a preços muito superiores ao  preço de mercado actual, depois de considerar os encargos de disponibilidade de centrais térmicas necessárias para compensar a  intermitência eólica e solar. 

Estas médias, mesmo que se fossem corretas, podiam ser interessantes, mas não servem como guias, pois o o "diabo está na divergência," isto é nos riscos. E incluir um custo de emissões ao preço de USD 50/tonelada de carvão internaliza apenas uma das externalidades negativas da dependência de combustíveis fósseis. Como internalizar o impacto negativo das importações de combustíveis fosseis  na balança de pagamentos de um país que não pode ajustar através da desvalorização? 


Para um país soalheiro e ventoso como Portugal, com um défice de comércio externo de energia  de EUR 6.230 milhões (em 2103, -3,8% do PIB, abaixo dos -6% do PIB em anos anteriores), cortar as importações de energia pode fazer toda a diferença na capacidade de pagamento da dívida externa, que vai exigir um saldo positivo no BTC balança de transacções correntes.  

Ou Portugal pode virar-se para o aumento de exportações de outras formas de "sol engarrafado", tais como o vinho, cujas exportações que atingiram EUR 725 milhões em 2013, a fim de poder pagar as importações de carvão, petróleo e gás. Seria preciso exportar vinho oito vezes mais vinho para cobrir o défice externo de energia, o que parece bastante mais difícil do que aumentar a quota de renováveis.   
Seria necessário mesmo muito vinho do Porto.  Á nossa ! 

PS.   Na sua tese premiada pela Ordem dos Economistas, Sara Proença estima que a aposta nas energias renováveis poderia aumentar o  PIB e   baixar o desemprego em 2%. 
Ler mais em  http://www.ordemeconomistas.pt/xportalv3/file/XEOCM_Documento/27038053/file/Pages%20from%20DE_2014-10-06.pdf