Fia-te nas previsões (a 50 anos) e não poupes !
Há quem questione a necessidade de cortar mais nas pensões públicas (PP), quando o seu peso no PIB só vai aumentar marginalmente nos próximos 50 anos. Segundo as previsões do EU 2012 Ageing Report, o nosso rácio PP/PIB só vai aumentar marginalmente de 12,5% em 2010 para 12,7% em 2060, ficando ainda abaixo da média de 12.9% dos EU (2012 Ageing Report pg 86).
O problema é que esta previsão está baseada na premissa de crescimento do PIB português de 1.2%.a.a. no mesmo período, o que tem bastante menor probabilidade do que a previsão dos encargos com as pensões públicas. Se o denominador tem maior incerteza do que o numerador, o rácio de PP/PIB vai provavelmente agravar-se mais do que o previsto.
Para além do mais, como estamos em situação de défice orçamental, parte dos pagamentos de pensões vai directamente para a dívida pública, que já sabemos ser insustentável. Isto é, temos que cortar nas pensões públicas agora não só para conter a acumulação de dívida como para arranjar folga orçamental para recuperar o investimento público.
Este caiu de 3,8% do PIB em 2010 para uns míseros 1,8% do PIB em 2012 ( DEO 2103 pg 18). Os 0,2% do PIB já não parecem tão insignificantes quando comparados com esta variação no investimento público.
É que se não conseguirmos restaurar os níveis de investimento público (produtivo, que não rotundas no meio das vinhas do Dão), então é que ficamos a ver o crescimento do PIB por um canudo.
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
Fontes: 10envolver http://10envolver.wordpress.com/2013/05/08/ha-uma-coisa-que-nao-percebo/
DEO 2013 http://www.portugal.gov.pt/media/989698/20130430%20mf%20deo%202013%202017.pdf
EU 2012 Ageing Report http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2012/pdf/ee-2012-2_en.pdf
Curso intensivo para contribuintes - pensões 1 http://ppplusofonia.blogspot.pt/2013/05/curso-intensivo-para-contribuintes.html
DESCRIÇÃO António Gaspar considera que a TSU sobre pensionistas é "jogo político". Mário Caldeira Dias vai mais longe e diz que "Portas já está a preparar a saída". Já Mariana Abrantes de Sousa garante que "a esmola da segurança social é grande e o pobre tem de desconfiar". A pensar no futuro, Rogério Fernandes Ferreira lembra a necessidade de haver "consenso entre todos os partidos para haver previsibilidade". "Conselho Consultivo" de 17 de Maio de 2013 http://videos.sapo.pt/kDWMDaz3BflLve85g5qS
Ver também um artigo de Valter Martins, o Economista de Bancada sobre o novo défice demográfico de Portugal.
"Um facto que tem passado despercebido no meio do barulho da discussão económica portuguesa é que, pela primeira vez na história recente, a população activa Portuguesa entrou em declínio"
Há quem questione a necessidade de cortar mais nas pensões públicas (PP), quando o seu peso no PIB só vai aumentar marginalmente nos próximos 50 anos. Segundo as previsões do EU 2012 Ageing Report, o nosso rácio PP/PIB só vai aumentar marginalmente de 12,5% em 2010 para 12,7% em 2060, ficando ainda abaixo da média de 12.9% dos EU (2012 Ageing Report pg 86).
O problema é que esta previsão está baseada na premissa de crescimento do PIB português de 1.2%.a.a. no mesmo período, o que tem bastante menor probabilidade do que a previsão dos encargos com as pensões públicas. Se o denominador tem maior incerteza do que o numerador, o rácio de PP/PIB vai provavelmente agravar-se mais do que o previsto.
Para além do mais, como estamos em situação de défice orçamental, parte dos pagamentos de pensões vai directamente para a dívida pública, que já sabemos ser insustentável. Isto é, temos que cortar nas pensões públicas agora não só para conter a acumulação de dívida como para arranjar folga orçamental para recuperar o investimento público.
Este caiu de 3,8% do PIB em 2010 para uns míseros 1,8% do PIB em 2012 ( DEO 2103 pg 18). Os 0,2% do PIB já não parecem tão insignificantes quando comparados com esta variação no investimento público.
É que se não conseguirmos restaurar os níveis de investimento público (produtivo, que não rotundas no meio das vinhas do Dão), então é que ficamos a ver o crescimento do PIB por um canudo.
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
Fontes: 10envolver http://10envolver.wordpress.com/2013/05/08/ha-uma-coisa-que-nao-percebo/
DEO 2013 http://www.portugal.gov.pt/media/989698/20130430%20mf%20deo%202013%202017.pdf
EU 2012 Ageing Report http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2012/pdf/ee-2012-2_en.pdf
Curso intensivo para contribuintes - pensões 1 http://ppplusofonia.blogspot.pt/2013/05/curso-intensivo-para-contribuintes.html
DESCRIÇÃO António Gaspar considera que a TSU sobre pensionistas é "jogo político". Mário Caldeira Dias vai mais longe e diz que "Portas já está a preparar a saída". Já Mariana Abrantes de Sousa garante que "a esmola da segurança social é grande e o pobre tem de desconfiar". A pensar no futuro, Rogério Fernandes Ferreira lembra a necessidade de haver "consenso entre todos os partidos para haver previsibilidade". "Conselho Consultivo" de 17 de Maio de 2013 http://videos.sapo.pt/kDWMDaz3BflLve85g5qS
Ver também um artigo de Valter Martins, o Economista de Bancada sobre o novo défice demográfico de Portugal.
"Um facto que tem passado despercebido no meio do barulho da discussão económica portuguesa é que, pela primeira vez na história recente, a população activa Portuguesa entrou em declínio"
um artigo muito interessante sobre o novo défice de Portugal, o défice demografico de população activa.
ResponderEliminarhttp://mais1economistadebancada.blogspot.pt/2013/05/portugal-tem-falta-de-japoneses-versao.html
Não é só o problema das previsões optimistas em relação ao PIB, tens de pensar que agora com o aumento do desemprego, menos pessoas estão a contribuir para o sistema e como tal o défice do sistema, se não me engano as receitas já não cobrem as despesas desde 2010, agravou-se bastante e uma vez que este é coberto por o orçamento de estado directamente, a situação orçamental tenderá a piorar nos próximos tempos.
ResponderEliminarPior ainda, é que esse estudo assumiu que a população de Portugal atingiria um Pico em 2034, mas esse foi atingido em 2010 (eu sei o estudo é de 2012), as previsões em relação à imigração e emigração eram demasiado optimistas, e como tal não se verificaram. Portanto a população está a declinar a uma velocidade alucinante e a continuar só se pode concluir que o sistema entrará em colapso ainda nesta década. Talvez pudéssemos fazer algum artigo em parceria sobre o assunto...
Sim, podiamos trabalhar a intersecção defice demográfico e os défices orçamentais e externos, para não falar do défice de análise
ResponderEliminarenvie-me um e-mail