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quinta-feira, outubro 07, 2010

Cobranças em risco na concessionária MST

Penduras' e Estado deixam MST em risco de parar

por ROBERTO DORES, SetúbalHoje
'Penduras' e Estado deixam MST em risco de parar
Aos cinco mil passageiros que viajam todos os dias sem pagar junta-se a dívida do Estado à concessionária, em compensações.
São cerca de cinco mil os passageiros que diariamente utilizam o Metro Sul do Tejo (MST) sem pagar, o que representa 20% dos 35 mil utentes que todos os dias usam aquele meio de transporte. Só no último ano a sucessão de fraudes levou a empresa a acumular um prejuízo na ordem do milhão de euros, segundo os números revelados ao DN pelo administrador José Luís Brandão, que já assume estar a concessionária em risco de parar. É que além dos prejuízos provocados pelos "penduras", também o Estado deve perto de sete milhões de euros à empresa em compensações.
A estratégia é transversal à média das cinco mil pessoas que diariamente não validam os seus bilhetes, segundo a análise efectuada pela própria concessionária. Como o caderno de encargos prevê que todas as paragens, entre Almada e Seixal, sejam abertas, não impedindo nenhuma pessoa de ter acesso às plataformas do MST, os fiscais não estão autorizados a vistoriar os títulos dos utentes, antes destes subirem para as composições.
Os validadores estão instalados a bordo das carruagens, onde é preciso picar o bilhete, no valor de 85 cêntimos, mas os infractores só o fazem quando se apercebem que algum fiscal entrou na composição. "Uma pessoa compra um bilhete, mas com ele pode fazer três viagens, tirando partido de um sistema de grande vulnerabilidade", explica o administrador, alertando que "se o fiscal não aparecer, não se valida o título, mas se o virem entrar basta a essas pessoas encostar o bilhete ao validador e está o problema resolvido", acrescenta José Luís Brandão, admitindo que a MST tem um total de 15 fiscais.
"Somos das empresas de transportes que tem mais elementos na fiscalização, mas é impossível chegarem a todo o lado", reconhece, justificando que a média de fraudes detectadas pela fiscalização anda entre um e dois por cento (representando menos de cem pessoas por dia).
Para tentar combater o elevado índice de infractores, a administração já deu indicações para que a fiscalização seja feita no momento em que os utentes saem do metro, sendo aí obrigados a confirmar a validação do título. O sistema permitiu detectar mais burlas, implicado multas de cem a 150 vezes o valor do bilhete - podendo superar os 85 euros - mas nem todos os passageiros têm recebido esta alternativa de forma pacífica.
"Uns fiscais são agredidos e outros insultados", denuncia ao DN o administrador da Metro Sul do Tejo, equacionando agora a possibilidade de vir a introduzir um fiscal em cada carruagem. "Vai custar uma fortuna, mas não podemos continuar a permitir que 20% dos passageiros nos continuem a dar um prejuízo tão elevado", frisou José Luís Brandão.
Fonte:  DN

2 comentários:

  1. O risco de cobrança é um problema do concessionário, não do Concedente. O operador fez, ou aceitou, o desenho equivocado, deve assumir os custos das medidas de remediação, o contole de acesso, os fiscais, etc.

    O Contribuinte-Paga-Tudo paga muita coisa, não deve pagar os erros de concepção e de gestão dos concessionários privados.

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  2. Tenho duvidas que haja falta de dinheiro por aqueles lados, faça-se as contas em multas e veja se os borlistas não serão um bom negócio.Agora até já multam quem tem passe válido, alegando que o utente tem que passar com o cartão pela máquina, como se um passe fosse um título de transporte igual a um bilhete simples.Mesmo que eventualmente tenha que se passar pela máquina deveria imperar o bem senso, pois estão a autuar quem lhes paga os ordenados. Se há falta de dinheiro a razão será provavelmente outra.

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