Tráfego, tráfego, tráfego … incomoda muita gente quando a estrada municipal se confunde com a rua local da povoação como é o caso nas aldeia. De facto, a rua pode ser também uma Estrada Municipal que tem cada vez mais tráfego, incluindo pesados e agrícolas, graças ao crescimento da actividade económica.
Mas o tráfego pode ter aumentado de uma forma desordenada e algo abusiva nestas vias antigas desenhadas para muito menos movimento.
Por isso o crescimento do tráfego tem vindo a colocar em perigo a segurança dos peões, tendo em conta a falta de passeios e de lugares de estacionamento, e a prejudicar os moradores, especialmente devido ao ruído de madrugada e durante a noite. Infelizmente, as ruas da aldeia acabam por oferecer cada vez menos segurança e conforto, tendo havido alguns atropelamentos graves e mesmo fatais em anos recentes.
Alguns municípios têm procurado minorar o impacto do tráfego na segurança dos peões e no conforto dos moradores, com medidas de acalmia e controlo de tráfego, como a redução de velocidades máximas, semáforos controlados pela velocidade, passeios, passadeiras sobre-elevadas ou variantes as povoações.
Todas estas medidas oferecem tantas vantagens como inconvenientes, não há soluções perfeitas em termos de impacto e de custo. Nem mesmo o apelo da Igreja Católica, que classifica a sinistralidade rodoviária como um “pecado social, parece ter comovido a consciência cívica dos condutores quanda as ruas que transformam em autódromos ou pistas de moto-cross.
De acordo com as normas da Direcção Geral da Viação (DGV), a aplicação das Medidas de Acalmia de Tráfego devia ser precedida de um estudo e o impacto no tráfego, na segurança e no ruído devia ser avaliado dentro de um ano.
Em algumas aldeias, foram colocadas lombas sonoras directamente em frente às escolas, sem qualquer sinalização vertical nem limite de velocidade, mas o efeito parece não ter sido o desejado. Não se conhecem estudos sobre a eficácia destas lombas sonoras, colocadas na maior recta com maior declive da aldeia, o que convida mais a acelerar do que a abrandar.
O que podemos testemunhar é que a grande maioria dos veículos não abrandam, nem os ligeiros nem os pesados. A velocidade, e até a classe, dos carros sente-se a dezenas de metros de distância, pelo ruído dos pneus ao embaterem nas lombas, fortemente amplificado pelo muros muito próximos, da escola e das casas vizinhas.
* tum…...tum, lá vai um carrito a subir
** TUM………TUM lá vai um pesado lento a subir, que não nos deixa dormir e que se ouve até num bairro distante
*** TRUMMM…TRUMMM lá vai um pesado acelera a descer, com caixa basculante e carga metálica solta, que faz tremer a casa toda e que se ouve até no cemitério
Enquanto os moradores nas imediações sofrem com o ruído, vibrações e micro-sismos que perturbam o descanso, danificam os edifícios e começam a abrir fendas nas paredes até 25-40m de distância, dificilmente as crianças da escola e os peões ganham em segurança.
A maioria dos pais opta por vir trazer e buscar as crianças à escola, pois na ausência de um passeio elas continuam a ter que partilhar a estrada-feita-rua com um grande número de veículos e muitos condutores aceleras. E os passeiros que se fazem agora são tão estreitos que não dão sequer levar uma criança pela mão, por isso que não oferecem nem comodidade nem segurança aos peões.
Para melhor proteger os peões, seria importante acabar com as autenticas “pistas”dentro da povoação, colocando passeios largos mesmo que se tivesse de reduzir a largura do pavimento. Urge também racionalizar o estacionamento, a fim de garantir um passeio desobstruído, especialmente nos acessos à escola.
Qual seria a melhor forma de proteger os peões numa aldeia?
1. Lombas amovíveis no asfalto (de borracha)
2. Passeio estreito (inferior a 100cm) de ambos os lados da rua com lancil elevado
3. Passeio largo (superior a 150cm) de pelo menos uns dos lados da rua com lancil elevado
4. Passadeiras largas sobre-elevadas de 250-300cm de largura
5. Semáforos controlados pela velocidade, com velocidade máxima de 30km/h
6. Limite de velocidade de 30 km/hora em toda a povoação e de 15km/hora na recta em frente à escola
http://www.dgv.pt/UpLoadedFiles/instalacao_%20sinalizacao_lombas_redutoras_velocidade.pdf
Menos 1 carro
www.verbojuridico.net/doutrina/outros/lombas.html
http://www.aca-m.org/documentos/externos/estudos/lombas_artificiais_no_asfalto.pdf
VER também http://avezdopeao@blogspot.com
Excelente postagem.
ResponderEliminarIrei incluir os documentos que aqui sugerem no meu Dossier Mobilidade
http://bioterra.blogspot.com/2007/05/dossier-mobilidade.html
Já linkei o vosso blogue e está no meu Dossier Terra Económica
http://bioterra.blogspot.com/2007/03/dossier-terra-econmica.html
Parabéns e continuação de bom trabalho.
BioTerra
Para a acalmia de tráfego, em memória do meu marido Alfredo de Sousa que foi atropelado na Ave Vasco da Gama em Lisboa em Novembro 1994.
ResponderEliminarM Abrantes de Sousa
O vicio de estacionar sobre os passeios, empurrando os peões para o meio da rua, parece ser maior em Lisboa do que noutras cidades.
ResponderEliminarEm parte isto reflecte a falta de fiscalização, mas também o mau desenho dos passeios. Um lancil baixo 10-15cm é facilmente transponivel por um carro, deveria ter pelo menos 20-30 cm.
Muito interessante discutir as alternativas para reduzir a velocidade dos carros nas povoações e proteger os peões:
ResponderEliminara) radares com multas
b) bandas sonoras pintadas
c) lombas sonoras de borracha amovíveis
d) lombas largas no pavimento
e) curvas, barreiras e estreitamento do pavimento, efeito gincana
f) semáforos accionados pela velocidade
Na minha opinião, radares com multas são de longe a melhor opção, pois os motoristas que se mantêm indiferentes ao barulho das rodas não são indiferentes ao custo da infração. Não há nada como uma boa multa em dinheiro para captar a atenção dos infractores.
As lombas amovíveis são sas piores, pois fazem tremer as casas vizinhas e prejudicam muito mais os moradores do que os motoristas. Não são apropriadas para zonas habitadas, nimguém consegue dormir com o ruido.
Passeios aos peões em Lisboa:
ResponderEliminarVotos de bom sucesso à Câmara Municipal de Lisboa que inicia a 12-Set-07 uma campanha para "libertar os passeios de carros", e "contrariar o estacionamento de carros em segunda fila", tal como prometeu António Costa na campanha eleitoral.
A câmara de Lisboa pretende criar uma "cidade sem barreiras" com o objectivo de que os "habitantes possam usufruir do espaço público da cidade" e libertar áreas utilizadas por viaturas, de forma abusiva e ilegal pelos automobilistas.
Passeios aos peões em Lisboa:
ResponderEliminarVotos de bom sucesso à Câmara Municipal de Lisboa que inicia a 12-Set-07 uma campanha para "libertar os passeios de carros", e "contrariar o estacionamento de carros em segunda fila", tal como prometeu António Costa na campanha eleitoral.
A câmara de Lisboa pretende criar uma "cidade sem barreiras" com o objectivo de que os "habitantes possam usufruir do espaço público da cidade" e libertar áreas utilizadas por viaturas, de forma abusiva e ilegal pelos automobilistas.