Tradutor

sexta-feira, setembro 20, 2019

Caveat Creditor 4 - Devedores e contribuintes pagam por credores irresponsáveis

Quem deve, treme
Caveat creditor ?
Não, na Europa os credores tremem pouco, raras vezes são obrigados a perdoar parte excessiva dos créditos que concederam. Portugal orgulha-se (?) a reembolsar tudo o que pode ... e o que não pode. Os credores (abusivos) geralmente passam a sua parte da perda aos contribuintes (coitados). Vai a Ministro quem aperta os contribuintes para salvar os erros dos credores e dos seus acionionistas. Ver o artigo no meu blog PPP Lusofonia, 21-fevereiro-2012 "It takes three to generate moral hazard": credores, devedores E contribuintes.  
Ver Creditor moral hazard  21-fevereiro-2012   https://ppplusofonia.blogspot.com/2012/02/it-takes-three-to-generate-moral-hazard.html 

Os credores, na mó de cima, conseguem quase sempre manter a sua narrativa de negação, pelo menos no curto prazo.  Para o credor como  "pai incógnito", a divida excessiva é sempre um problema apenas para a devedora "mãe solteira".  O credor "não esteve nem lá", estava em Londres, em Frankfurt, em Amsterdam ou em Shangai nesse dia quando crédito excessivo foi concebido, não concedido. 

Denial- Mostly on the part of the creditors, who refuse to take responsibility for their part in the credit bubble, and prefer to believe that it's all the borrowers' fault. Credit by immaculate conception, fatherless,  one might say. (Dívida de pai incógnito, we would say in Portuguese).

But the foolish creditors can be SWIFTly traced.  
After all, it was the German banks that reached leverage of 49X....


Ver: Creditor denial of responsibility  sábado, abril 07, 2012  Stages of Grief in the Eurozone, Debt workout 101 - part 8 

Eventualmente, haverá analista que apontam o dedo para os credores:  Creditor moral hazard during EMU debt crisis http://www2.aueb.gr/conferences/Crete2014/papers/Bratis.pdf

Credito sonhos dá pesadelos 
Mas os bancos "salvos" pelos contribuintes rapidamente voltam a  a criar mais uma bolha de crédito ao consumo, para financiar "Casamentos (leia-se Boda) de Sonho, Viagens de Sonho, foram os mesmos bancos que criaram os nossos pesadelos.




Novo credito sonhos dará velhos pesadelos
E quanto maior o SONHO do crédito ao consumo, consumista e improdutivo,  maior voltará a ser o PESADELO para os devedores e para os contribuintes.

´São estas tendências que se podem antever já nas importações "fiadas", e na degradação das contas do comércio externo.  Ver http://ppplusofonia.blogspot.com/2019/09/pt-contas-externas-invertem-tendencia.html

Mariana Abrantes de Sousa, Economista





PT Contas externas invertem tendencia para o negativo


Portugal 2019
CAB turns back to RED
A tendência negativa  do rácio BTC/PIB (CAB/GDP) é bem visível, o que deve ser motivo  de alerta e não de auto-elogiosQuem ignora as más tendências, em vez de as combater, não tem desculpa.

Na minha experiência, este é indicador macroeconómico mais importante de todos:  não é a inflação, nem o crescimento, e muito menos o deficit orçamental.

O rácio da Conta Corrente da Balança de Pagamentos para o PIB é como um raio-X da economia, porque são os deficits externos que acumulam no endividamento externo, na Divida Externa Bruta.

E estamos fartos de saber que ...Quem Deve Treme.  
O excesso de divida externa dá azo a crises financeiras e desemprego de dois dígitos, quase de 10 em 10 anos, como temos visto.

Os títulos dos jornais referem que  "Saldo externo continua a deteriorar-se",  165% pior até julho 2019, comparado com o ano anterior.  Espera-se que final do ano venha a ser positivo com um bom fim de ano de exportações e de turismo.

Fontes:  TradingEconomics, https://www.jornaldenegocios.pt/economia/conjuntura/detalhe/saldo-externo-continua-a-deteriorar-se-defice-aumenta-165-ate-julho

sexta-feira, setembro 13, 2019

Os Grandes Erros de Salazar - em museu

(In English below)
A propósito do "Museu Salazar" e a Rota das Figuras Históricas proposta pelo CEIS20: 
Certo, a história não se enterra, estuda-se.
Compete analisar bem o Estado Novo e compreender porquê uma governação tão repressiva com tantos custos durou tanto tempo.
Sobretudo devemos identificar e compreender "os erros de Salazar" e as graves consequências para as suas vitima diretas, para Portugal e para a Lusofonia em geral.
Seria de selecionar uma lista dos Grandes Erros de Salazar e dos governos salazaristas:
- Não perdoar a "desobediência" de Aristides de Sousa Mendes, nem depois de 1945 quando o perigo Nazi ficou definitivamente afastado
- Não permitir que os judeus refugiados de 1940 se instalassem em Portugal e contribuíssem para o nosso desenvolvimento
- Não facilitar investimento como o do Plano Marshall no pós-guerra
- Não preparar a descolonização das "províncias ultramarinas", nem lá, nem cá
- Não limitar as despesas militares que absorviam mais de metade do Orçamento do Estado
- Não aumentar nem providenciar a escolaridade obrigatória para além da 4ª classe
- Não investir na educação e alfabetização, nem em Portugal nem nas colónias
- Não permitir e emigração ordenada
- Não promover a igualdade de oportunidades e o mérito na administração pública, no sector público, no acesso a serviços públicos e na aplicação de subsídios e outras benesses
- Não promover o desenvolvimento socioeconómico equitativo e sustentável, nem em Portugal, nem nas colónias
... ... ...
Se avaliarmos melhor o custo-beneficio e o impacto desastroso das politicas salazaristas, incluindo as mais retrógradas, vamos certamente limitar o saudosismo, até dos mais beneficiados por Salazar. 
Mariana Abrantes de Sousa
Economista 
Yes, history is to be studied, not buried.
It is up to us to analyze the Estado Novo well and to understand why such a repressive regime with so many costs lasted so long in Portugal.
Above all, we must identify and understand "the errors of Salazar" and the serious consequences for their direct victims, for Portugal and for Lusofonia in general.
Here is a preliminary list of Salazar's Great Mistakes (feel free to add...):
- Failure to forgive the "disobedience" of Aristides de Sousa Mendes, not even after 1945 when the Nazi danger was definitively removed.
- Failure to allow the refugee Jews of 1940 to settle in Portugal and to contribute to our development
- Failure to facilitate investment in the postwar with the Marshall Plan
- Failure to prepare the decolonization of the "overseas provinces", neither there nor here.
- Failure to limit military spending that absorbed more than half of the Goverment budget
- Failure to raise or to provide compulsory education beyond 4th grade
- Failure to invest in education and literacy, neither in Portugal nor in the colonies.
- Failure to allow and orderly emigration
- Failure to promote equal opportunities and merit in public administration, in the public sector, in access to public services and in the application of subsidies and other benefits.
- Failure promote equitable and sustainable socio-economic development, either in Portugal or in the colonies.
... ... ...
If we really evaluate the cost-effectiveness and disastrous impact of Salazar's policies, including the most backward ones, we will certainly limit nostalgia, even among those who benefited by most from Salazar.
-
PUBLICO.PT
Obviamente que quem lida com a história com rigor e objectividade, utilizando os documentos (de toda a espécie), jamais seria capaz de criar um museu…