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segunda-feira, abril 09, 2007

A taxa de poupança das famílias espanholas é de 10,1% do rendimento disponível

A taxa de poupança dos particulares e Instituições espanholas, situou-se nos 10,1% do seu rendimento disponível nos últimos doze meses, seis décimas acima do valor de 2005, segundo o Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE).
Os dados apresentados dizem respeito a Contas não financeiras dos sectores Institucionais- que incluem particulares, Sociedades não Financeiras, Administrações Públicas e Instituições Financeiras- e que o INE publica nesta data, tendo esta publicação um carácter trimestral.
No referido trimestre, Janeiro- Março 2007, a taxa de poupança atingiu 0s 12,6% do rendimento disponível, cerca de dois pontos percentuais acima do resultado alcançado no mesmo período do ano de 2005.
A necessidade de crédito dos particulares e empresas, atingiu os 9.532 milhões de euros, 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste trimestre.
Nesse mesmo período, as sociedades não financeiras revelaram ter necessidade de crédito na ordem dos 6.800 milhões de euros, 2,6% do PIB trimestral, valor superior em 2,2 pontos percentuais em relação ao registado no mesmo trimestre do ano 2005.
A taxa de poupança das famílias espanholas desceu 46,5% entre 1995 e 2005, aumentando a sua necessidade de crédito, a qual representa já 2% do Produto Interno Bruto (PIB), fundamentalmente devido ao endividamento resultante da compra de habitação, segundo dados da "Fundación de las Cajas de Ahorros" (Funcas).
O endividamento de particulares e empresas tem vindo a aumentar nos últimos anos, segundo uma notícia publicada pelo Jornal "La Gaceta". Verificando-se um aumento na percentagem de créditos mal parados no início de 2007, após quatro meses de descidas.
A fama de bons pagadores dos espanhóis é assim posta em causa. Famílias, empresas e Instituições têm divídas aos bancos, "cajas" e Cooperativas de Crédito, num total de mais de 1,46 biliões de euros, no final de Janeiro deste ano, sendo que cerca de 9.702 milhões representavam crédito mal parado. Em apenas um mês, as entidades financeiras viram crescer o montante total desse potencial crédito mal parado em 614 milhões, o que significa, um crescimento a um ritmo médio de 19,80 milhões de euros por dia. Esses empréstimos, representavam apenas 0,6633% do crédito pendente de cobrança, embora o seu peso tenha aumentado em Janeiro deste ano, segundo dados do "Boletín Estadístico del Banco de España". Pela primeira vez em quatro meses, a taxa de incumprimento aumentou, passando de 0,6287% no final de 2006 para 0,7124% em Janeiro, do mesmo exercício.
A necessidade de crédito da economia espanhola em relação ao resto do mundo foi de 17.499 milhões de euros em 2006, 6,7 % do PIB trimestral, oito décimas acima dos valores de 2005.
Estes dados resultam de um mau comportamento da balança exterior de bens e serviços com o resto do mundo, 9,5% valores negativos, até alcançar os 16.701 milhões de euros.
De facto, a economia espanhola está a crescer a um ritmo anual de 3,7%, o que se deve em parte às condições favoráveis de financiamento e ao aumento da população, na sua maioria imigrantes.
No entanto, embora Espanha tenha registado em 2006 um superávit de 1,8% no PIB, esta não está a aproveitar da melhor forma esta boa fase, tentando reduzir o endividamento público e proporcionando maior solidez ao sistema de protecção social. Este esforço de redução do endividamento público e de aumento das poupanças públicas não está a ser correspondido por parte do sector privado, devendo este ser capaz de criar mais poupanças. O que acontece na prática em Espanha e nalguns países europeus é, uma distribuição desigual dos frutos do crescimento, o que não gera mais igualdade e coesão social. Mas se em vez disso, os investimentos fossem aplicados no sector público, na área da educação, investigação, desenvolvimento, inovação e práticas sociais, isso conduziria também a uma melhoria da produtividade e desta forma a melhores resultados económicos para o país.
Fonte: "www.abc.es"/ "La Gaceta", 9 de Abril de 2007.

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