Vejamos a realidade dos fluxos migratórios
PUSH factor> A taxa de natalidade ronda apenas 1,7
filhos por família na Europa e ronda 7 filhos por família nos países da Vizinhança,
de Marrocos ao Afeganistão e à Africa do Sul.
PULL factor> A
diferença da prosperidade económica e da oferta de serviços públicos é ainda mais acentuada,
mesmo entre os países europeus mais pobres e os países africanos mais ricos.
Combinando estes e outros fatores PUSH e PULL, que empurram
os potenciais migrantes da margem sul para a margem norte, o Mediterrâneo
transforma-se em autoestrada marítima. Por isso ELES continuarão a arriscar quase tudo
para chegarem CÁ ao El Dorado europeu.
Recordemos que também os portugueses fugiram, a salto, da guerra e
da pobreza. Ninguém os conseguiu parar, só mesmo a descolonização é que os obrigou a retornar.
Certo, a diferença cultural entre a Portugal e a França era mínima
comparada com a diferença entre o Afeganistão e a Alemanha. Mas todos tiveram
que passar por um processo de aculturação e assimilação, quer os migrantes recém
chegados, quer os residentes.
A tolerância e a "boa convivência" implicam alguma aculturação,
mas principalmente respeito por outras práticas culturais minimente aceitáveis,
com algum distanciamento cultural rotineiro de início e posterior integração.
Os migrantes e refugiados geralmente querem instalar-se nos países
mais ricos. Sítios como a Tunísia são pobres demais até para os locais. Veja-se
o fluxo depois da Primavera árabe.
Migrantes e refugiados que vêm para países mais pobres como Portugal
ou a Grécia acabam por pernoitar apenas o tempo suficiente para retomarem o
caminho para a França, Alemanha ou Inglaterra. Muitos migrantes e refugiados
nem procuram aprender português. Mas todos os estrangeiros devem ter de adquirir
algumas “boas maneiras” cívicas e sociais europeias, tais como não olhar embasbacado
ou assediar as mulheres de minissaia.
Os mais problemáticos são geralmente os homens solteiros
desempregados entre os 15 e 30 anos que representam um risco em qualquer
sociedade (veja se os estudos do Undercover Economist sobre as taxas de
criminalidade nas cidades dos EUA).
Ou como D. Umbelina, a minha professora da escola primária, nos
mandava escrever 20 vezes "A ociosidade é a mãe de todos os vícios”.
Mas a radicalização de migrantes e refugiados não deverá ser causado apenas do choque cultural de ver mulheres com braços e pernas ao leu na Europa
ou de ameaçar aa autoridade patriarcal (visão de sociologia). Bem mais prejudicial para a integração pode ser a exclusão económica de NÃO ter acesso a empregos melhor remunerados (visão
de economia ), nem representação politica.
Mariana Abrantes de Sousa, economista
VER por onde passam, mas não param, os refugiados
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