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quarta-feira, julho 23, 2014

Quanto anos para pagar Divida Externa

A Dívida Externa Bruta (GED) de Portugal, o que conta para a análise de rating, continua a crescer, de  EUR 369 637 milhões em Dez-2013 (224% do PIB)  para EUR 382.444 milhões a Março  2014. 

(Se o Salazar fosse vivo e visse este número, voltava a cair da cadeira)

Para reduzir a Divida Externa é necessário gerar superavits de BTC,   Balança de Transacções Correntes, que inclui exportações menos importações de bens,  serviços e transferências.  Recorde-se que as  remessas de emigrantes ajudam a melhorar a Balança de Transacções Correntes (CAB), venham elas. 

Por grande esforço e mérito das empresas portuguesas,  o saldo BTC melhorou fortemente de  EUR - 12 006 milhões negativos em 2011 para  um saldo BTC positivo de EUR 881 milhões em 2013. 

Grosso modo, se continuarmos igual e nada piorar, com um saldo BTC(CAB) positivo de EUR 881 milhões/ano conseguimos reembolsar a Divida Externa Bruta (GED)  de EUR 382.444 milhões em cerca de ...434 anos

Um horizonte de dívida (debt horizon) a perder de vista. 


Quem ainda não percebeu nem assumiu que a Divida Externa portuguesa é insustentável e que precisamos de uma renegociação de fundo, como a Alemanha obteve em 1953, é porque ainda não fez as contas.  

Mais que optimista ou pessimista, é importante ser realista e precavido 

Mariana Abrantes de Sousa 
PPP Lusofonia 

quarta-feira, julho 16, 2014

Sonho de uma União Europeia pacifica e próspera ameaçado pela desigualdade

Obra e (des)graça do Espírito Santo
A crise no grupo e no banco  Espírito Santo demonstra a fragilidade da recuperação económica e do atraso no ajustamento  financeiro na Eurozone,  que passam obrigatoriamente pela banca.

Pelos vistos, a crise no BES tem origem não só no problema geral de credito mal parado tardio que continua a bater recordes em Portugal,  agora no 5º ano de grande recessão. Este problema generalizado foi provavelmente agravado pela governação desgovernada e escandalosa do grupo Espírito Santo.  Torna-se evidente que  administração cessante e o Banco de Portugal erraram ao prescindir do apoio do Estado em tempos,  aparentemente para evitar as condições de contenção e transparência  que foram impostas aos outros bancos.

Provavelmente, se tivesse havido intervenção do Estado no BES em  momento oportuno, ter-se-ia evitado os erros de gestão subsequentes que se manifestam agora, como os conflitos de interesse e os créditos cruzados com pouca lógica de negócio.

Uma vez que parte do financiamento da Troika reservado à recapitalização da banca ainda continua disponível , €6.4bn até Outubro de 2014,  desta vez o Estado deveria colocar a defesa do sistema bancário nacional acima dos interesses dos accionistas e dos gestores responsáveis pela má gestão.  A intervenção do supervisor  bancário deveria ser rápida e limpa, assegurando a recapitalização do Banco Espírito Santo, a protecção dos depositantes, o saneamento da carteira e bom controlo dos processos de concessão de crédito e de gestão de riscos.

VER o video do Conselho Consultivo, ETV  http://videos.sapo.pt/ZGzSDiBmZwyr4wbJvP7G

Desafios de Presidente Juncker - Menos desigual ou menos Europa 
O caso Espírito Santo demonstra também que o que ainda falta fazer na União Europeia, nomeadamente inverter a divergência entre países credores e devedores, numa Europa cada vez mais desigual.  Convém recordar que a crise da Eurozone teve origem na banca, pois  foi a banca internacional que  financiou boa parte dos défices orçamentais e do sobre endividamento que nos assola.  Recordemos também a limitada eficácia das medidas de austeridade aplicadas aos devedores como solução assimétrica dos desequilíbrios crescentes. Considerando a ausência dos instrumentos de ajustamento tradicionais, a Europa estará provavelmente ainda mais desigual daqui a 5 anos.  

Quanto mais desigual a Europa, menos nos restará do sonho Europeu de um União pacifica e próspera.  A ameaça de saída do Reino Unido será o menor dos nossos problemas se a divergência económica, e portanto política, continuar a aumentar.
 Há condições que são essenciais mas não suficientes para garantir o "sonho de uma união europeia".
- A aplicação de regra de ouro de disciplina financeira, sobretudo nos países devedores
- A união bancária,  com uma centralização da supervisão bancária que continua a falhar, como se vê pelo caso actual

A condição essencial. e talvez suficiente, para uma Europa melhor e mais convergente passaria por promover o reequilibro de comércio intra-Eurozone, concedendo algumas preferências a bens e serviços provenientes dos parceiros comerciais  mais frágeis e mais deficitários, com se faz com países emergentes.  Neste contexto, o potencial  Acordo de Comércio Livre com os Estados Unidos,  representa uma nova ameaça para os pequenos países europeus.  Como em quase todos os episódios de liberalização comercial e integração económica, os ganhos serão provavelmente capturados pelos  países maiores e mais fortes, enquanto os países mais pequenos e mais fracos sofrem ainda mais de des-economias de escala.
É uma ilusão pensar que as pequenas empresas portuguesas conseguem competir com as empresas alemãs, holandesas e francesas cada vez mais fortes. Outra ilusão ainda mais perigosa é promover o corte de salários nos países mais pobres quando qualquer aluno de MBA aprende que a competitividade passa cada vez menos pelo preço e cada vez mais pela qualidade, pelo branding e marketing, e pela integração das cadeias de valor e de fornecimentos em nichos cada vez mais estreitos e temporários.

O Presidente Juncker vai precisar de todas as suas qualidades de conciliador e negociador para recolocar a Europa no caminho do reequilibro, em defesa do sonho Europeu que todos partilhamos.

Mariana ABRANTES de Sousa 
PPP Lusofonia

Ver mais sobre preferencias comerciais em http://ec.europa.eu/trade/policy/countries-and-regions/development/generalised-scheme-of-preferences/ 

terça-feira, julho 08, 2014

Portugal moderno com dívida a mais e coragem a menos

Egas Moniz  continua a ser um exemplo de coragem quase nove séculos depois. 

Em 1128, Afonso Henriques, então com vinte anos lutava contra as forças de sua mãe, Teresa de Leão, Afonso VII  cercouGuimarães, e exigiy um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador de Leão e Castela, comunicou-lhe que o primo aceitava a submissão.
Contudo, depois de várias victorias até 1137,  Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII.  
Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital de Leão e Castela , descalço e com um baraço ao pescoço. Acompanhado da sua esposa e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra e coragem, o perdoou e mandou em paz de volta a Portucale.  

Debt workout 201 -

Six years into the crisis caused by the "credit bubble and bust", we continue to have a lot to learn about financial crisis management.     You can read about "credit games theory and practice"  in this PPP Lusofonia blog under "Debt Workout 101"  SEE http://ppplusofonia.blogspot.pt/p/crise-da-eurozone.html

The concept of debt restructuring is simple, the devil is in details.  

Period 1 - Credit bubbles up. tsunami of money in-flows
Creditors A, B and C  (aka otherwise known as "foolish lenders") tare flooded with cash (because of lax monetary policy in the US,  because of enormous CAB current account surplus in Germany)  and are willing to lend at very low interest rates to " anyone",  "prime borrowers"  who will invest  well and payback and "subprime borrowers" who will use the loans to consumption (imported electronics and vacations) or will invest in things they don't need (second homes and empty roads) and thus will not be able to pay back.

NOBODY FORCES THE CREDITORS TO LEND,   that's why they are professionals well paid for their "credit risk" management skills.   

For example:  A borrower asked for a loan of 80.000 to buy a house, but the banks offer a loan of 120.000 to buy furniture, to buy a car, to take a vacation, and to pay a nice bonus to the lending officer for being so "good". 

Debtors X, Y, Z (aka "foolish borrowers") take all the loans that are offered to them and waste them on consumption or unproductive investments.  

To the extent scarce savings are misallocated, this is a failure of the intermediation function of the banking system and of banking regulation and supervision.  

Pediod 2 - Credit collapses

Debtors X, Y, Z  show first signs of being unable to repay short term loans, perhaps because no new creditor is willing to refinance loans as they come due. ( When I arrived in Mexico in 1982, I asked some borrowers to begin repaying, and a few weeks later, the whole country suspended payment) 

Creditors A, B and C realize they have been lending too much and  decide to cut lines of credit radically, demanding repayment  of short term loans as they come due instead of rolling them over as usual.  Long term lender become worried that borrowers will have nothing left over when their loans come due. 
In the US,  the long term lenders call a loan default and accelerate the repayment schedule to become pari-passu with the short term lenders, provoking a stand still and keeping all creditors in place. 
In Europe, the long term lenders arrange for third party official lenders of last resort (ECB or the TARGET2 system, to fund reimbursements of loans as they come due, avoiding default, preferably for a period of at least 5 years, which includes most of the loans. 

Period 3 - Credit workout renegotiation and restructuring 
Debtors X, Y, Z, if they are smart,  realize they cant' pay the 120.000 loan that they never really needed, and offer to repay 60.000, a bit under under initial borrowing capacity of 80.000    

Creditors A, B and C insist on repayment of the full 100.000, plus penalties, etc
After much hard negotiation, Debtors and Creditors  agree to a new repayment schedule, perhaps repaying 90.000 over 20 years with interest capped at 2%.  

A good and sustainable credit  workout  solution ALWAYS involves a sharing of the  the loss between what the creditor demands and what the borrower can pay  (120.000-60.000).   
This is the "business as usual 
When the negotiation power is too much in favour of he creditors,  and borrowers are forced to repay the full amount of the unsustainable and abusive credit, you have economic, social and eventually political disasters.  

When you fail to protect small local depositors and savers, but protect large cross-borders speculative investors, you have political disaster as well, and this is one of the major threats to the survival of the Eurozone and even of the European Union. 

It is unthinkable, and a radically violent precedent, that a Government not be able to reimburse small local investors in full on their so-called "risk-free" national public debt.  

In summary:  
1. Creditors should expect to take losses when they make bad loans to subprime borrowers 
2. Local depositors and savers should be able to expect full repayment of local deposits and "risk-free" national debt instruments in their own country.

See more about the Eurozone debt
workout  crisis in http://ppplusofonia.blogspot.pt/p/crise-da-eurozone.html

Mariana Abrantes de Sousa 
PPP Lusofonia 

segunda-feira, julho 07, 2014

Parlamentares de Timor visitam Goa, 20-26 Julho

Ver texto em português mais em baixo

We are happy to announce the visit of a delegation of the “Economic and Development Affairs Committee” of the National Parliament of Timor Leste (East Timor) to Goa.

Visit of the “Economic and Development Affairs Committee” of the National Parliament of Timor Leste (East Timor) to Goa
“Tourism, Economy and Culture - the experience of Goa”
20 - 26 July 2014
After being contacted by the Economic and Development Affairs Committee of the National Parliament of Timor Leste (East Timor) to help them organizing a visit of Timorese Members of Parliament to Goa, the Lusophone Society of Goa (LSG) is happy to inform the visit is due to take place organized with the support of LSG.
The visit, 20 - 26 July 2014, seeks to exchange information and explore opportunities of cooperation between East Timor and Goa/India especially in the area of Tourism and related sectors. The visit also pretends to be a milestone in the History of the relationship between East Timor and Goa /India reestablishing the old close relationships.
Business contacts in any other area are also welcome. If you are interested in doing business with East Timor contacting the delegation please send an email, not later than July 15, to info@lusophonegoa.org

Here are some news we have chosen for you. For more news please check our FACEBOOK page Lusophone Society of Goa / Sociedade Lusófona de Goa


LSG - Lusophone Society of Goa - Sociedade Lusófona de Goa

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Temos o prazer de anunciar a visita de uma delegação da Comissão de “Economia e Desenvolvimento” do Parlamento Nacional de Timor Leste a Goa. Leia por favor aqui em baixo.

Visita da Comissão de “Economia e Desenvolvimento” do Parlamento Nacional de Timor Leste a Goa
“Turismo, Economia e Cultura – a experiência de Goa”
20 - 26 Julho de 2014
Depois de ter sido contatada pela Comissão de Economia e Desenvolvimento do Parlamento Nacional de Timor Leste para a ajudar a organizar a visita de membros do Parlamento Timorense a Goa, a Lusophone Society of Goa (LSG) - Sociedade Lusófona de Goa orgulha-se de anunciar a realização de tal visita organizada com o apoio da LSG.
A visita, que se realiza de 20 - 26 Julho de 2014, centra-se na troca de informação e possibilidades de cooperação entre Timor Leste e Goa/Índia especialmente na área de Turismo e sectores afins. A visita pretende ser também um marco histórico nas relações Timor Leste e Goa/Índia reestabelecendo as estreitas relações históricas preferenciais existentes.
Contactos de negócios em quaisquer outras áreas são bemvindos. Se está interessado em negócios com Timor Leste e deseja contatar esta Comissão envie-nos um email o mais tardar até o dia 15 de Julho para info@lusophonegoa.org

Para além desta importante notícia escolhemos umas poucas outras aqui. Para mais notícias veja por favor a nossa página no FACEBOOKLusophone Society of Goa / Sociedade Lusófona de Goa


LSG - Lusophone Society of Goa - Sociedade Lusófona de Goa  

“India and the Lusophone Market” 

International Conference, 2nd Edition
February 26 and 27, 2015 – Goa, India

For regular bilingual updates (english-portuguese) on India's business and cultural relations with the Portuguese-speaking world, follow us on www.facebook.com/lusophonegoa or on www.twitter.com/lusophonegoa

quinta-feira, julho 03, 2014

Falta saber porque levou tanto tempo a destapar os problemas num dos grandes bancos

Mariana Abrantes de Sousa: "O problema no BES é a forma como tentaram resolvê-lo escondendo dívida"
Os comentadores do Etv Mariana Abrantes de Sousa, economista, e André Gonçalves, fiscalista, analisam os problemas no universo Espírito Santo e o que poderá ser o debate sobre o Estado da Nação, num programa conduzido por Sandra Xavier. "Conselho Consultivo" de 2 de Julho de 2014.

Os accionistas estão lá para sofrer as primeiras perdas, depois os grandes investidores ou ou obrigacionistas subordinados. Os depositantes de retalho estão protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos.

Debate que não leva a consenso é inútil, só causa confusão.
Consenso sem debate é imposto e torna-se insustentável.

Tribunal Constitucional tolera acumulação de dívida

Hélder Oliveira: "Governo entrou em conflito claro com os juízes do TC"
 Os comentadores do ETV Mariana Abrantes de Sousa, Hélder de Oliveira e Jorge Ribeirinho Machado analisam o chumbo do Tribunal Constitucional a três medidas do Orçamento do Estado para 2014, num programa conduzido por Eduarda Carvalho. "Conselho Consultivo" de 4 de Junho de 2014.

quarta-feira, julho 02, 2014

Gestão orçamental assimétrica facilita défices

"O Tribunal de Contas é que devia ter impedido a acumulação de dívida"
Os comentadores do ETV Mariana Abrantes de Sousa, Marco Capitão Ferreira e Hélder de Oliveira analisam a decisão de Passos de pedir ao Presidente para enviar as medidas para fiscalização e a emissão de dívida portuguesa, num programa conduzido por Eduarda Carvalho.
"Conselho Consultivo" de 18 de Junho de 2014.

Conferência Segurança do Golfo da Guiné, 11-Julho, 9h

Conferência Internacional   "A Segurança do Golfo da Guiné"
Data:         11-Julho, 9h 
Local:         MNE Palácio das Necessidades, Protocolo do Estado 
Contacto:  conferencias.idi@mne.pt 

Oportunidades - Banco Interamericando de Desenvolvimento, 3 Julho, 9h30 MdF



O GPEARI - Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças e a aicep Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E., no âmbito do Mecanismo de Acompanhamento do Mercado das Multilaterais Financeiras.

 Sectores de Infraestruturas / Energias Renováveis / Água e Saneamento / Consultoria  

Data:  3 de Julho de 2014, 9h30- 13h00 
Local:   Salão Nobre do Ministério das Finanças, Avenida Infante D. Henrique1C, Lisboa

09h30 – 10h00 Registo de Participantes
 10h00 – 10h45      Boas-vindas e Apresentação do BID 
Manuel Rodrigues, Secretário de Estado das Finanças e Governador Suplente
por Portugal junto do Banco Interamericano de Desenvolvimento,
 Luís Castro Henriques, Administrador da aicep Portugal Global E.P.E
 Luis Alberto Moreno, Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento
 10h45 – 11h00       Apresentação da Plataforma ConnectAmericas 
Alejandro Alvarez von Gustedt, Representante do BID na Europa
 11h00 – 12h00        Apresentação dos Setores de Energia Renovável e de Água e Saneamento
Alexandre Melandri, Chefe de Divisão de Energia
Fernando Bretas, Especialista, Divisão de Água e Saneamento
12h15 – 12h40        Introdução às Oportunidades de Financiamento do BID 
Esther Rodriguez, Escritório Europeu do BID
12h40 – 13h00        Oportunidades de Procurement no BID 
Esther Rodriguez, Escritório Europeu do BID

Inscrição prévia:  gt.multilaterais@portugalglobal.pt .
Informações:       tel  217 909 804

João Francisco Baptista, aicep Portugalglobal, E.P.E.
 Rosa Maria Caetano GPEARI – Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças,  Grupo de Trabalho das Multilaterais Financeiras
 Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE
Tel.: + 351 217 909 804,  www.portugalglobal.pt