Hoje tive a grata oportunidade de ouvir especialistas falar de estratégias de investimento  e as mega-tendências de longo prazo numa conferência do banco BIG, mais uma vez premiado com o banco mais sólido do mercado português.  É bom parar para refletir sobre os bons conceitos fundamentais em face dos novos desafios de gestão financeira familiar e empresarial. 
Constituir poupanças é o primeiro passo essencial, especialmente para quem tem muito "equity-risk" na sua atividade principal e precisa de aplicar o seu pé-de-meia em instrumentos financeiros seguros.   Com taxas de juro nominais negativas, como é que se vai poupar  e gerir  as poupanças necessárias  para sustentar uma população cada vez mais dependente? 
Parece-me que há um desajuste entre a perceção atutal das autoridades monetárias e do mercado financeiro focados no curto prazo e a realidade demográfica de longo prazo.  Este "reality-perception gap" representa uma boa oportunidade de arbitragem, para quem conseguir acertar.   A distorção económica causada por manter taxas de juro nominais negativas meses e anos a fio cria uma  situação francamente assustadora em termos de sustentabilidade. 
A baixa taxa de poupança em contra-ciclo com taxa de dependência demográfica são mega-tendências insustentáveis e difíceis de inverter.  E que não se resolvem com supostas "inovações financeiras" como o "crédito na hora" nem o bitcoin, mas sim com menos consumo, mais poupança, e com melhor investimento com mais valor acrescentado. 
Sobre o bitcoin, podem ver o artigo que publiquei recentemente sobre as moedas digitais, que fazem lembrar o tempo em que cada banco criava o seu próprio papel-moeda que colapsava de tantos em tantos anos em sucessivas crises bancárias.   Quando houver um único emissor oficial de cripto-moedas, aí sim pode servir de meios de pagamento e de reserva de valor...para as parcas poupanças, se as houver. 
Sem comentários:
Enviar um comentário