Os governos dos países devedores estão entre a espada dos credores externos e a parede dos rendeiros, os interesses internos comodamente instalados à mesa do orçamento . Os credores externos deram crédito a mais, "subprime", que foi aproveitado pelos governos anteriores para distribuir benesses abusivas e conceder "rendas" aos seus confrades. Agora nem os credores tontos nem os rendeiros espertos querem abrir mão dos seus "direitos (abusivamente) adquiridos", e por isso o esforço de austeridade recai sobre os cidadãos mais indefesos, mais pobres, com menos capacidade de reivindicação.
Em Fevereiro de 2011 começámos a publicar artigos sobre a prática de negociações de contencioso de crédito, Debt Workout 101- Games lenders and borrowers play". Naquele momento os principais credores da Grécia eram os bancos franceses e os bancos alemães.
A list ordenada dos artigos Debt Workout 101 pode ser vista na página deste blog Crise na Eurozone.
A crise endividamento dentro da Eurozone anda não se resolveu nestes 4 anos, mas o "jogo" está a passar para um novo patamar que podemos chamar Debt Workout 201, sobretudo com as novas posturas negociais da parte dos países devedores.
Como diz o ditado popular agora transformado em provérbio financeiro: quem se lixa é o mexilhão.
Felizmente, em democracia, os governos podem ser mudados, e portanto a história não vai acabar assim,
Com a entrada em campo de jogadores mais bem preparados, como ministro das finanças grego, um conhecido guru da teoria de jogos, podemos esperar um jogo mais renhido e também mais equilibrado.
É que no equilíbrio é que está o segredo do sucesso do contencioso de crédito, uma arte tão antiga como os perdões de dívida nos grandes jubileus.
Recordemos que o novo lider grego vem da Australia, onde os credores tontos não só sofrem perdas e como se lançam contra os especialistas responsáveis pelas previsões de tráfego impoladas em estradas que ficaram desertas.
Como manda a teoria, Yanis Varoufakis começou por disparar em todas as direcções, para conseguir espaço negocial, tanto contra os credores externos como contra os oligarcas e rendeiros internos, enquanto procura atender à crise humanitária dos cidadãos mais indefesos.
BOA Yanis!
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
6-Fev-2015
Ver Australia traffic studies lawsuit http://www.tunneltalk.com/Discussion-Forum-16Jul13-Australia-PPP-toll-tunnel-crisis.php
Debt workout 101 - parte 0 Sinais de Alerta de Alerta de Stress Financeiro
Debt workout 101 - Games borrowers and lenders play, part 1
Debt workout 101 - Games borrower and lenders play, part 2
Debt workout 101 - Games borrowers and lenders play, part 3 Orderly default
Debt workout 101 - Lessons from past crisis, part 5
Debt workout 101 - part 6 Looking for the bottom
Debt workout 101 - part 7, The D-word, down with the default taboo
Debt workout 101 - part 8 Stages of Grief in Eurozone countries
Debt workout 101 - part 9 US and UK banks increase exposure
Debt workout 101 - part 10 Estonia model of non-default and debt workout
Debt workout 101 - part 12 The benefits of a non-default
Debt workout 101- part 11 Creditors don't want to kn
Debt workout 101 - part 13 Nobody forced the creditors to lend
Debt workout 101 - part 14 The Estonia example
Debt workout 101 - part 15 Early default could save the Euro
Debt workout 101 - part 16 O absurdo de só defender o credor
Debt workout 101 - part 17 Baltic purgatory provides lessons to Eurozone credit workout
Debt workout 101 - part 18 Nobody forced the creditors to lend - 2
Debt workout 101 - part 19 Creditors must sometimes lose money
Debt workout 101 -part 20 Creditors must share pain of credit workout
Debt workout 101 - part 21 Falling OT yields send mixed messages
Debt workout 101 - part 22 The really BIG creditor and 16 Hong Kongs
Debt workout 101 - part 23 Living in a creditor dominated Europe
Debt workout 101 - part 24 Times of fear and loathing in the Eurozone
Debt workout 101 - part 25 Credores loucos apertam o cerco
Os credores estão a aproveitar a confusão dos credores para "dividir para reinar."
ResponderEliminarAssim, ninguém houve a mensagem importante de que a crise da Eurozone é problema económico colectivo da Europa e não um problema de comportamento da Grécia.
Os credores estão a funcionar como advogados de contencioso, colocam os economistas a um canto.