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quarta-feira, fevereiro 19, 2025

Cursos de reciclagem precisam-se!

Que um migrante recém-chegado passe por uma fase de adaptação, temporária, e que trabalhe abaixo das suas qualificações não é de estranhar por quem já emigrou e voltou. Num mercado de trabalho pouco "eficiente" como Portugal, não é fácil o trabalhador certo chegar ao cargo certo.

Mais problemático é haver tantos profissionais subaproveitados, durante tantos anos, com tantos custos pessoais como socioeconómicos.
Por exemplo, este ano aumentam as vagas nos cursos para novos professores, com impacto daqui a 5 anos.

Mas haverá algum curso rápido de reciclagem para professores formados há 10 ou 15 anos que têm estado a trabalhar noutros setores, em lojas ou escritórios ou como trabalhadores independentes?

E um diploma, seja nacional ou estrangeiro, não diz tudo sobre as nossas capacidades profissionais. 

O meu diploma da Princeton University estava escrito em Latim! Mais um entrave à equivalência! 

Mariana Abrantes de Sousa 

Economista 

https://www.publico.pt/interactivos/brainwaste-imigrantes-portugal/quatro-dez-imigrantes-emprego-abaixo-qualificacoes/

segunda-feira, fevereiro 17, 2025

Viseu Dão Lafões - Como valorizar a Agricultura Floresta e Pecuária

 Como valorizar o setor regional da Agricultura Floresta e Pecuária 


No artigo "Focar as conversas no que é importante" do Jornal do Centro de 14FEV25, Alfredo Simões apresenta a cultura do pinheiro manso em Carregal do Sal  como um exemplo de sucesso para toda a região. 

Um caso de sucesso agrário é bom, venham mais cinco! 

Considerando a distração com as  "polémicas do dia", seja sobre a transformação de terrenos da Estação Agrária em estacionamento, seja o fazer-e-desfazer das uniões de freguesias, Alfredo Simões convida-nos a focar a atenção no essencial da  agricultura, floresta e pecuária, um dos setores mais importantes da nossa economia regional.

Diz o povo que "fazer e desfazer tudo é trabalho", mas infelizmente alguns tipos de trabalho são pouco produtivos e até empobrecem. 
 
O essencial em  que devemos focar é que "temos uma das produtividades do trabalho mais baixas de Portugal  (a 16ª entre as 26 regiões NUTSIII) " neste setor.  

As causas desta baixa produtividade na atividade agrária incluem a topografia difícil e sobretudo a  pequena dimensão dos terrenos e explorações agrícolas, o lamentável minifúndio tão ignorado. O minifúndio e o desordenamento do território resultam em custos e riscos acrescidos para todos nós. 

As consequências do problema crítico e incontornável da baixa produtividade refletem-se diretamente nos baixos rendimentos e no abandono do território. 

Viseu tem boas instituições públicas que trabalham no setor agrário: 
O Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, fundado em 1946  trabalha para a modernização da vinha do Dão; a   Estação Agrária de Viseu, com 25 ha SAU; a ESAV Escola Superior Agrária de Viseu do IPV Politécnico de Viseu; a CVR Dão Comissão Vitivinícola Regional do Dão; a FENAFRUTAS – Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Horto-Fruticultores, FCRL. 

Pode-se dizer que a região Viseu Dão Lafões está "dotada dos fatores críticos para a modernização e inovação" no setor agrário, mas necessita organizar-se "em torno destes organismos" para discutir e preparar o futuro, alinhando a visão e  o apoio dos especialistas com a determinação e a capacidade de execução dos empresários agrários. 

Falta "organizar e consolidar um Centro de Competências" com os profissionais do setor agrário regional para dinamizar o desenvolvimento do setor agropecuário e florestal de Viseu Dão Lafões. 

Se não nos organizarmos para tratar do essencial, da baixa produtividade da agricultura na região Dão Lafões, quem o vai fazer por nós, a "tutela na capital"? 

Mariana Abrantes de Sousa 
Economista 
16FEV2025