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quinta-feira, abril 23, 2020

Forum Energia e Clima: Consumidor-poluidor passa fatura a outros

Muitos parabéns pela organização do Forum Energia e Clima e da Conferencia do Dia da Terra 2020 de ontem.

Aprendi imenso, especialmente acerca da Economia Circular, e foi um prazer poder contribuir para a compreensão de um desafio mundial a partir da minha pequena aldeia na Beira Alta e ouvir participantes de toda a Lusofonia.

Na minha experiência, a influência dos financiadores na sustentabilidade ambiental é relativamente modesta, apesar dos movimentos como os Equator Principles facultativos, as novas normas obrigatórias para a concessão de crédito implementadas por bancos centrais para os bancos comerciais que supervisionam e os critérios ESG (Environmental Social and Governance) implementados pelos MDBs Multilateral Development Banks como o Banco Mundial, IFC, BEI, BAD etc para os seus financiamentos.

Na minha opinião, o mais importante seria mesmo obrigar o encerramento de centrais térmicas onde não são essenciais e limitar a cilindrada e as emissões de GEE Gases com Efeito Estufa per capita nos países desenvolvidos, onde a mitigação devia ser obrigatória. Tributar a poluição e os tratamento de resíduos do nosso consumo seria uma forma importante de mitigar as emissões e incorporar o custo da poluição no preço a pagar pelo consumidor-poluidor, que está sobretudo nos países mais ricos.

Se o custo de tratamento de resíduos poluentes parece muito elevado, devemos comparar com o custo económico e social das doenças e outros danos causados pela poluição e pelas “epidemias”, incluindo aquelas de doenças não infecciosas como o cancro.

As atuais proibições de financiar novas centrais térmicas prejudica bastante os países mais pobres, alguns dos quais até têm acesso a depósitos de combustível fóssil e taxas de electrificação de cerca de 50% ou menos.

Seria muito importante assegurar que o combate às alterações climáticas, à Covid e outros grandes RISCOS planetários não aumente as disparidades entre países e entre populações ricas e pobres, aumentando a divergência de fortunas e os riscos de conflitos.

Apoiar os países mais vulneráveis implica aumentar bastante mais os investimentos na adaptação às alterações climáticas e na proteção de populações vulneráveis, sobretudo em WASH, água, saneamento, resíduos e higiene/saúde, e energia renovável barata e acessível.

Podíamos começar por TREINAR mais electricistas e canalizadores nos locais mais carentes.

Mariana Abrantes de Sousa 
Economista e Consultora Financeira 

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