Na União Europeia em 2012, 62% dos desempregados eram de longa duração (desempregados há mais de 6 meses). Nos Estados Unidos da América , em Novembro de 2013, apenas 37,3% dos desempregados estavam desempregados há mais de 6 meses, mais ou menos o mesmo nível de 2000.
Pior, a redução da taxa de desemprego entre os desempregados de longa duração pode reflectir apenas o aumento de "trabalhadores desanimados" que acabam por deixar de procurar trabalho e tornam-se inactivos. Isto junto com a emigração levou a uma queda de 2% na população activa em Portugal na primeira metade de 2013.
E mesmo quando voltam a trabalhar, os desocupados de longa duração acabam por sofrer uma maior penalização salarial.
Portugal é um dos países europeus com mais desempregados de longa duração, sobretudo mulheres de baixas qualificações e mulheres jovens. O desemprego de longa duração continuou a aumentar na primeira metade de 2013, representado já mais de 60 % do total de desempregados. Adicionalmente, o desemprego de muito longa duração (superior a 25 meses) continuou a crescer a taxas elevadas, representando 35 % dos desempregados no primeiro semestre de 2013.
O maior obstáculo enfrentado pelo desempregados de longa duração pode ser mesmo a situação de desemprego, um fenómeno conhecido como "cicatriz" ou mácula, onde a própria desocupação persistente os impede de ser recontratados. O próprio regime de subsidio de desemprego também promove a desocupação, sob pena de perder os rendimentos essenciais à sobrevivência.
Um artigo do Boston Fed em 2012 descobriu que o aumento de empregos disponíveis reduziu a taxa de desemprego entre os desempregados há menos de seis meses. Mas para os trabalhadores sem trabalho mais de seis meses, a taxa de desemprego aumentou em simultâneo com o número de vagas.
Quando um dos autores do artigo enviou 4.800 candidaturas fictícias, descobriram que os trabalhadores inexperientes mas recém-desempregados eram muito mais procurados do que os trabalhadores experientes, mas desempregados de longa duração.
É mais que sabido que a melhor forma de arranjar um novo emprego é estar a trabalhar e ser "recrutado".
O desinteresse dos empregadores pelos "desempregados de longa duração" pode ter várias explicações:
- Desactualização: Os trabalhadores desocupados vão perdendo a ligação com o mercado, podem ficar desactualizados quer em termos de capacidades quer em termos de redes de contactos profissionais. Os trabalhadores experientes devem ter uma boa carteira de competências e de contactos comerciais, coisas que têm "prazos de validade". Se querem ou necessitam mudar de ramo, têm que construir uma nova rede de contactos.
- Perda de disciplina e hábitos de trabalho: Os desempregados podem desinteressar-se pela sua profissão. entregar-se à ociosidade e cair em depressão,
- Dúvidas acrescidas: Empregadores preferem trabalhadores produtivos e bem sucedidos, que podem mostrar resultados recentes, e ficam de pé atrás com trabalhadores com CVs desactualizados e com muitas lacunas de tempo de trabalho
Por isso, quem procura emprego tem que "mostrar trabalho" , recente, seja profissional, seja voluntariado, ou mesmo a feijões.
--
Mariana ABRANTES de Sousa
PPP Lusofonia
PPP Lusofonia
Ver Desempregados de longa duração http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=686348&tm=6&layout=121&visual=49
Desemprego de longa duração dispara http://www.publico.pt/economia/noticia/numero-de-desempregados-de-longa-duracao-dispara-24-e-ultrapassa-os-320-mil-1605839
70,6 % dos portugueses que trabalham por conta própria não têm o ensino secundário completo, sendo que a média da Europa é de 24,3%.
ResponderEliminarDos portugueses que trabalham por conta de outrem, 50,4% não concluiu o 12.º ano