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quarta-feira, outubro 14, 2020

WTO desequilíbrios China USA Europa, guerra comercial e obsessão com a exportação

 I enjoyed reading the  interesting article about the WTO and USTR LIghthizer 


I have been following some of the same issues in Europe in this PPP Lusofonia. 
I would discuss diagnosis and treatment separately: 

The diagnosis was half right. 
Yes, the US -China trade imbalance is unsustainable, even though it is facilitated and financed by China's huge purchases of US Treasury bonds.  This is the external divergence. 
But the divergence of fortunes within the US between the Rust Belt and the financial markets has not been properly compensated and managed. Steelworkers' sons are not migrating to Silicon Valley, which has certainly more engineers from India than from Indiana and its neighbors.  This internal divergence is the second part of the problem. 
China CAB 


Trade X-M  should work like a pendulum,  and there are real-life limits to divergence. 

We see the same problem in the Eurozone. 
Germany's trade surplus with the other EU members is also unsustainable because it is financed with debt, in practice suppliers' credits.  That's why we had such a severe Eurozone financial crisis in 2010 ..., such huge and dangerous divergence of fortunes among the EU trading partners.
From  first-hand observation, I see both China and Germany are thoroughly obsessed with EXPORTS. Buying a bottle of Portuguese wine was sacrilege to my German colleagues. Foreign creditors stepped up car loans to Portugal in the depth of the 2009-2012 crisis. 

Thus the solutions to unsustainable trade imbalances are more complex and more difficult to manage. 
But trade balances, X-M <> MUST tend to zero, on average, over time.
And the net exporters (of goods AND services) have to become net importers some of the time.  There ARE  limits to Divergence. 

If the US tries to cut imports from Mexico, it will probably have to import ... more Mexicans. 
The Rio Grande is not that wide. 
Neither is the Mediterranean. 
Mariana Abrantes de Sousa, economist 


Adaptar e Con-viver com Covid-19 para resistir ao choque assimétrico

Confiamos que vai estar tudo bem, mas não vai ser para todos por igual. 

Vai haver recuperação económica eventualmente, mas não reflutuará todos os barcos por igual, porque esta é uma crise económica bastante mais assimétrica do que era habitual, com grande divergência de fortunas, entre ganhadores e perdedores. 

Passados nove meses de Crise Covid-19, ainda parece conveniente manter os trabalhadores, em teletrabalho, em horários reduzidos, em layoff parcial, ou mesmo parados em casa com apoios financeiros às empresas. 

Mas seria essencial ajudar as empresas e os trabalhadores a adaptar-se a um período de incerteza e fragilidade mais longo, facilitando e apoiando o seu esforço de “dar a volta por cima”, de se virarem para novas necessidades e oportunidades e de se preparar para um novo futuro muito pouco “normal”.  

A crise Covid-19 trouxe-nos um fortíssimo choque socioeconómico assimétrico, afetando as famílias e as economias locais, nacionais e mundiais, com impactos muito mais negativo para uns sectores do que para outros. 

Como se pode apoiar não só as empresas mas especialmente os trabalhadores dos setores mais afetados pela Covid para que se possam virar para outros setores com futuro? 

- Durante 6 ou 12 meses, o Estado tem pago às empresas para manter os vínculos contratuais dos trabalhadores e para "manter os postos de trabalho". Mas alguns postos de trabalho não voltam e outros estão a ser transformados, a exigir novas capacidades e competências.  

- Ao fim de 6 ou 12 meses, seria passar a pagar diretamente aos trabalhadores para procurarem outra ocupação remunerada, assim apoiando o seu esforço de "virar a página" e começar de novo, junto com o apoio de coaching e reorientação vocacional. 

- Seria de melhorar a oferta de trabalho essencial, em setores tais como saúde, lares, agricultura, florestas, no Interior, que não atrai trabalhadores, oferecendo melhores condições de remuneração, de carreira, de qualidade de vida. 

- Apoiar diretamente quem tem energia para empreender a sua reciclagem profissional, com cursos para quem quer adquirir novas especialidades ou necessita de melhorar as competências que já tem. Ter duas ou três profissões é reduzir os riscos, para a família e para a economia, em tempo de grande incerteza. 

- Apoiar quem trabalha, mesmo que seja apenas part-time, e apoiar as empresas que criam novos postos de trabalho, mesmo que part-time. 

- Apoios longos, acima de um ano, não devem obrigar a manter o vinculo original mas sim permitir que o trabalhador possa acumular parte do apoio com nova atividade laboral noutro setor, ou por conta própria, durante mais 12 meses, por exemplo. 

A revista The Economist tem um artigo interessante sobre as diferentes abordagens em vários países ao choque económico, simétrico ou assimétrico, que vão desde o despedimento quase imediato, com “subsídio de desemprego” até manter o vínculo laboral durante 2 anos ou mais com “subsídio de emprego”.  

No fundo, quer as empresas quer os trabalhadores, todos temos que nos adaptar e “virar para o futuro”, ainda que esse continue muito incerto. Mudar mais cedo é mais duro e corremos o risco de mudar “mal”, mas pode ser melhor do que que mudar mais tarde. 

Mariana Abrantes de Sousa, economista 

The Economist 2020.10.09, Furloughing furlough: what’s next for jobs? 

In 2020 millions of people learned what the word “furlough” meant. Most OECD countries have deployed such programmes during the pandemic. In April 23% of workers in Britain, France, Germany and Spain were placed on short-term leave. That figure has since fallen to 9%. But though furlough schemes protect workers during a temporary crash, they also prevent them from moving from declining industries to thriving ones. One-fifth of furloughed workers in Britain in July worked in the hospitality business; many of those jobs may eventually be permanently culled, eliminated. So when Britain’s scheme expires at the end of this month, the result could be a painful increase in unemployment in the short term, but a better-adjusted economy in the long term. Others, by contrast, seem to be putting off the pain. Spain has extended its scheme to the end of January 2021. And France’s will run for as long as two years until 2022. 


terça-feira, outubro 13, 2020

Con-viver com Covid: uma máscara, duas máscaras ou nenhuma?

Quem foi que disse:

Usar máscara é o PIORIO, fora a ALTERNATIVA?

Nenhum Governo pode fazer tanto quanto os cidadãos comuns no que diz respeito à luta contra esta pandemia.
Usar máscaras, manter distâncias, seguir regras de higiene, não assistir a reuniões, incluindo familiares, em espaços fechados, ou se estiver a sentir-se mal.
Tudo isso pode ajudar muito mais a combater o contágio do que as restrições impostas pelo Estado.

Aonde quer fazer chegar o seu BAFO?

No inverno vemos melhor o alcance do nosso bafo, especialmente se estamos a falar, a cantar, a gritar! Esta imagem pode valer mil vidas.


 

quinta-feira, outubro 01, 2020

ADAPTAR à Covid19, que veio para FICAR

ADAPTAR ao que veio para FICAR não é facultativo, nem é sinal de fraqueza como pensam alguns.
Em momentos de grandes riscos e incertezas, ser pessimista é útil pois leva-nos a tomar precauções, a aguentar, a ser mais resilientes.  Um artigo publicado em The Economist de 26-Setembro-2020, ajudou a fazer este resumo: 

Porquê a adaptação à Covid19? 

* Covid19 continuará sendo uma ameaça para todos durante meses, possivelmente anos. Na melhor das hipóteses, a pandemia continuará fazendo parte da nossa vida diária até 2021. 
* O inverno do hemisfério norte levará as pessoas a ficarem mais dentro, onde a doença se espalha muito mais facilmente do que ao sol e ao ar livre. 
* A adaptação é uma resposta chave ao grande dilema de fechar a economia para manter as pessoas vivas OU de manter tudo aberto, mas com maiores riscos de saúde pública.
* O recurso a confinamentos gerais é um sinal de que a política anti contágio vai falhando. 

Como se adaptar para conviver com Covid19 o tempo que for necessário?

* A medicina vai mostrando que outros órgãos além dos pulmões, como o coração e os rins, estão sob risco de Covid19 e que esses sintomas precisam ser tratados precocemente.
* O trabalho de saúde pública de "teste e rastreamento" é a primeira linha de defesa contra a Covid19, junto com o distanciamento físico e a comunicação governamental clara.
* Se os teste forem lentos o combate ao contágio falha. Se o rastreamento de contatos não for confiável, talvez porque envolva a polícia, as pessoas infetadas tentarão escapar deteção, enquanto infetam outros.
* O confinamento total é caro e insustentável em todos os aspetos. Em alternativa, alguns países usam testes e rastreamentos detalhados para identificar locais de alto risco de infeção e retardam a propagação usando quarentenas locais e seletivas. Esses locais mais problemáticos podem incluir matadouros, bares, igrejas, eventos desportivos, etc. 
* Para gerir o dilema saúde/economia, os governos devem identificar os trade-offs que fazem mais sentido económico e social. As máscaras são baratas, convenientes e funcionam. A abertura de escolas deve ser uma prioridade para toda uma geração de crianças e para as famílias. Abrir lugares barulhentos e superlotados, como bares e discotecas noturnos deveria esperar. 
* Proteger as populações mais vulneráveis, não só à Covid19 como os idosos, mas também os mais vulneráveis à enorme recessão e disrupção económica como os trabalhadores de setores informais, do turismo, de eventos, etc. Muitos trabalhadores terão de setor. 
* Seria de evitar a confusão de abrir e/ou encerrar tudo precipitadamente. A alternativa seria de estabelecer princípios de combate à Covid19 e de convidar as famílias, escolas e locais de trabalho a desenharem os seus próprios planos de adaptação local, aplicando as novas normas anti contágio com conhecimento e disciplina. 
* Investir na adaptação de espaços públicos e privados, com maior ventilação e redução de ocupação, e adequando procedimentos e rotinas, como segregação de equipes e grupos menores faz a diferença. 
* Investir nos serviços de saúde, proteger os profissionais de primeira linha. Ouvir a ciência. 
* E sobretudo, manter o distanciamento físico mas reforçar as conexões sociais por outros meios de baixo risco.

Esta não é a primeira nem a última grande epidemia. Há-de "ficar tudo bem", mas antes vamos ter que fazer uma grande travessia, várias maratonas em simultâneo.  Juntos iremos mais longe. 

Mariana Abrantes de Sousa, economista