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quinta-feira, outubro 01, 2020

ADAPTAR à Covid19, que veio para FICAR

ADAPTAR ao que veio para FICAR não é facultativo, nem é sinal de fraqueza como pensam alguns.
Em momentos de grandes riscos e incertezas, ser pessimista é útil pois leva-nos a tomar precauções, a aguentar, a ser mais resilientes.  Um artigo publicado em The Economist de 26-Setembro-2020, ajudou a fazer este resumo: 

Porquê a adaptação à Covid19? 

* Covid19 continuará sendo uma ameaça para todos durante meses, possivelmente anos. Na melhor das hipóteses, a pandemia continuará fazendo parte da nossa vida diária até 2021. 
* O inverno do hemisfério norte levará as pessoas a ficarem mais dentro, onde a doença se espalha muito mais facilmente do que ao sol e ao ar livre. 
* A adaptação é uma resposta chave ao grande dilema de fechar a economia para manter as pessoas vivas OU de manter tudo aberto, mas com maiores riscos de saúde pública.
* O recurso a confinamentos gerais é um sinal de que a política anti contágio vai falhando. 

Como se adaptar para conviver com Covid19 o tempo que for necessário?

* A medicina vai mostrando que outros órgãos além dos pulmões, como o coração e os rins, estão sob risco de Covid19 e que esses sintomas precisam ser tratados precocemente.
* O trabalho de saúde pública de "teste e rastreamento" é a primeira linha de defesa contra a Covid19, junto com o distanciamento físico e a comunicação governamental clara.
* Se os teste forem lentos o combate ao contágio falha. Se o rastreamento de contatos não for confiável, talvez porque envolva a polícia, as pessoas infetadas tentarão escapar deteção, enquanto infetam outros.
* O confinamento total é caro e insustentável em todos os aspetos. Em alternativa, alguns países usam testes e rastreamentos detalhados para identificar locais de alto risco de infeção e retardam a propagação usando quarentenas locais e seletivas. Esses locais mais problemáticos podem incluir matadouros, bares, igrejas, eventos desportivos, etc. 
* Para gerir o dilema saúde/economia, os governos devem identificar os trade-offs que fazem mais sentido económico e social. As máscaras são baratas, convenientes e funcionam. A abertura de escolas deve ser uma prioridade para toda uma geração de crianças e para as famílias. Abrir lugares barulhentos e superlotados, como bares e discotecas noturnos deveria esperar. 
* Proteger as populações mais vulneráveis, não só à Covid19 como os idosos, mas também os mais vulneráveis à enorme recessão e disrupção económica como os trabalhadores de setores informais, do turismo, de eventos, etc. Muitos trabalhadores terão de setor. 
* Seria de evitar a confusão de abrir e/ou encerrar tudo precipitadamente. A alternativa seria de estabelecer princípios de combate à Covid19 e de convidar as famílias, escolas e locais de trabalho a desenharem os seus próprios planos de adaptação local, aplicando as novas normas anti contágio com conhecimento e disciplina. 
* Investir na adaptação de espaços públicos e privados, com maior ventilação e redução de ocupação, e adequando procedimentos e rotinas, como segregação de equipes e grupos menores faz a diferença. 
* Investir nos serviços de saúde, proteger os profissionais de primeira linha. Ouvir a ciência. 
* E sobretudo, manter o distanciamento físico mas reforçar as conexões sociais por outros meios de baixo risco.

Esta não é a primeira nem a última grande epidemia. Há-de "ficar tudo bem", mas antes vamos ter que fazer uma grande travessia, várias maratonas em simultâneo.  Juntos iremos mais longe. 

Mariana Abrantes de Sousa, economista 



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