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sábado, setembro 04, 2021

A Europa, os vizinhos e a realidade dos fluxos migratorios

 A Europa e os vizinhos

Vejamos a realidade dos fluxos migratórios

PUSH factor> A taxa de natalidade ronda apenas 1,7 filhos por família na Europa e ronda 7 filhos por família nos países da Vizinhança, de Marrocos ao Afeganistão e à Africa do Sul. 

PULL factor> A diferença da prosperidade económica e da oferta de serviços públicos é ainda mais acentuada, mesmo entre os países europeus mais pobres e os países africanos mais ricos.

Combinando estes e outros fatores PUSH e PULL, que empurram os potenciais migrantes da margem sul para a margem norte, o Mediterrâneo transforma-se em autoestrada marítima. Por isso ELES continuarão a arriscar quase tudo para chegarem CÁ ao El Dorado europeu.

Recordemos que também os portugueses  fugiram, a salto, da guerra e da pobreza. Ninguém os conseguiu parar, só mesmo a descolonização é que os obrigou a retornar.

Certo, a diferença cultural entre a Portugal e a França era mínima comparada com a diferença entre o Afeganistão e a Alemanha. Mas todos tiveram que passar por um processo de aculturação e assimilação, quer os migrantes recém chegados, quer os residentes.

A tolerância e a "boa convivência" implicam alguma aculturação, mas principalmente respeito por outras práticas culturais minimente aceitáveis, com algum distanciamento cultural rotineiro de início e posterior integração.

Os migrantes e refugiados geralmente querem  instalar-se nos países mais ricos. Sítios como a Tunísia são pobres demais até para os locais. Veja-se o fluxo depois da Primavera árabe.

Migrantes e refugiados que vêm para países mais pobres como Portugal ou a Grécia acabam por pernoitar apenas o tempo suficiente para retomarem o caminho para a França, Alemanha ou Inglaterra. Muitos migrantes e refugiados nem procuram aprender português. Mas todos os estrangeiros devem ter de adquirir algumas “boas maneiras” cívicas e sociais europeias, tais como não olhar embasbacado ou assediar as mulheres de minissaia.

Os mais problemáticos são geralmente os homens solteiros desempregados entre os 15 e 30 anos que representam um risco em qualquer sociedade (veja se os estudos do Undercover Economist sobre as taxas de criminalidade nas cidades dos EUA).

Ou como D. Umbelina, a minha professora da escola primária, nos mandava escrever 20 vezes "A ociosidade é a mãe de todos os vícios”.

Mas a radicalização de migrantes e refugiados não deverá ser causado apenas do choque cultural de ver mulheres com braços e pernas ao leu na Europa ou de ameaçar aa autoridade patriarcal (visão de sociologia). Bem mais prejudicial para a integração pode ser a exclusão económica de NÃO ter acesso a empregos melhor remunerados (visão de economia ), nem representação politica.

Mariana Abrantes de Sousa, economista

VER por onde passam, mas não param, os refugiados 

https://expresso.pt/internacional/2016-12-23-Dez-paises-acolhem-56-de-todos-os-refugiados.-Nenhum-e-europeu