Tradutor

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Banca com surpresas inaceitáveis

Investidores institucionais profissionais têm a obrigação de estudar bem os riscos antes de investir. Investidores profissionais não precisam de protecção dos contribuintes. As obrigações bancárias não são garantidas por isso os investidores sabiam bem que estavam em risco. Devem ser bem segregadas dos depósitos de retalho.  O recurso ao Fundo de Garantia de Depósitos  deve ser reservado aos depositantes de retalho, aos particulares, famílias e PMEs.
O Novo Banco não devia ser vendido à pressa, ao desbarato, a investidores que não trazem nenhum valor acrescentado ao mercado português, ou  com um enorme dote dos contribuintes, como foi o BANIF, o tipo de transações que não merecem o nome de "venda". O Novo Banco pode ser estabilizado e recuperado e privatizado daqui a 2-3 anos com uma oferta pública de venda em bolsa.


"A banca continua a ser a pior caixinha de surpresas"
A recapitalização do Novo Banco em destaque no Conselho Consultivo desta quarta-feira, com as participações de Mariana Abrantes de Sousa e Hélder Oliveira. 30 de Dezembro de 2015

terça-feira, dezembro 29, 2015

Educação e o passado e o futuro da Lusofonia

É bom que os historiadores olhem para trás, entre as brumas da memória, e nos ajudem a compreender a história da Lusofonia.  

As declarações do ex-Presidente Lula da Silva, sobre o atraso relativo do Brasil colonial em relação às colónias espanholas, merece toda a atenção.  Segundo um artigo recente do historiador Diogo Ramada Curto no Público, Portugal procurou educar as elites brasileiras em Portugal em vez de criar universidades nas colónias como fez Espanha.  

        "A boa notícia é que Portugal tem feito enormes progressos na melhoria da alfabetização nas últimas décadas. 

        Em relação ao que se passou em tempos anteriores a 1822, quanto à não existência de ensino universitário no Brasil colonial, importaria voltar às análises de Sérgio Buarque de Holanda. De facto, em Raízes do Brasil (1936), o maior historiador brasileiro do século XX considerou que a cultura brasileira anterior ao século XVIII tinha sido determinada por políticas que proibiram a instalação de tipografias e a criação de universidades, ao contrário do sucedido na América Espanhola, nomeadamente no México e Peru. Assim, o mercado do livro e a frequência dos mais altos níveis de ensino fizeram com que a colónia ficasse submetida à metrópole."

Mas os economistas olham mais para a frente, procurando ajudar a construir um futuro melhor.  


A realidade é que em termos de literacia Portugal continua bem abaixo da média europeia e de outros países de tamanho similar e nível de desenvolvimento, de modo que o investimento em educação  continua a ser prioritário.O mesmo se pode verificar nos outros países lusófonos.  

Este blog PPP Lusofonia tem procurado promover esta importante discussão para focar o que precisamos de fazer para ultrapassar o  atraso relativo da educação em cada um dos países lusófono em comparação aos seus países vizinhos.  

O passado, passado está, podemos compreender mas não o podemos negar.  Mas o futuro pertence a quem o souberconstruir,  investindo fortemente na educação dos povos lusófonos, aluno a aluno, aula a aula.  

Mariana Abrantes de Sousa 
PPP Lusofonia 

Diogo Ramada Curto no Público, Legado colonial de Portugal no Brasil http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-legado-colonial-de-portugal-no-brasil-entre-a-culpa-e-a-redencao-1718464

A iliteracia da Lusofonia http://ppplusofonia.blogspot.pt/2009/05/improving-literacy-must.html

sexta-feira, dezembro 25, 2015

Caixote de lixo flutuante limpa o mar

Surfistas Australianos criaram caixote de lixo aquático para limpar o mar
http://www.abc.net.au/news/2015-12-20/seabin-designed-by-australian-surfers-to-start-cleaning-up-ocean/7044174


quarta-feira, dezembro 23, 2015

Com os bancos não se brinca - 2 BANIF

Resultado de imagem para banif noticias O BANIF era um banco pequeno, frágil, de segunda linha, com bastante crédito mal parado e negócios menos bons.  Com a crise prolongada e a gestão inepta, a recuperação foi impossível. 
Com a morte do Horácio Roque em 2010 e a crise, os problemas de gestão e o crédito mal parado tinham acumulado.  A EU-DG Concorrência aprovou a recaptiliazação do BANIF a contra-gosto em 2012, uma nacionalização com o Estado a tomar o controlo de  60,5%.  As tentativas de recuperação ficaram sem efeito, pois a tal DG-Comp, de Bruxelas recusou 8 (oito!) programas de recuperação propostos.  É muito chumbo. 

Falta saber o que é estava tão errado nos  oito planos de reestruturação propostos e porque é que isso não foi corrigido nas 7 tentativas seguintes. E falta compreender as datas limites e as opções efectivamente consideradas.  A administração do BANIF, o Estado-accionista, o BdP como supervisor, a DG-Comp, o BCE...são todos co-responsáveis por este fracasso vergonhoso, agora deitam culpas uns aos outros.  Um bando de desalinhados, de costas-voltadas em vez de trabalharem em conjunto em defesa do interesse nacional. Que triste espectáculo este de sacudir responsabilidades.  

Com 8 negas, a liquidação do banco era pre-anunciado e inevitável, mesmo antes do BCE ter despromovido o BANIF, um coup-de-grace  de fechara janela de funding como fez ao BES.  

E os bancos caiem de lado, como as bicicletas.  
Um banco que perca a confianças dos  depositantes não dura uma semana. 

Obviamente falta uma auditoria forense, de alguém que saiba de crises bancárias,  uma auditoria ao BANIF e outras  ao exercício das funções do Estado como accionista e do Banco de Portugal como supervisor, aos auditores do banco, etc.  

Mais, neste post mortem temos que estudar e reflectir bem sobre o papel da EU-DG Concorrência e do BCE na queda do BANIF tal como no caso do BES.   É mais que evidente que as normas europeias bancárias europeias são inconsistentes entre si, não servem para as economias mais frágeis, aumentam os riscos para países membros como Portugal,  não os reduzem.A DG Concorrência parece ser um instrumento demasiado brusco e tosco para gerir um sistema bancário de uma economia frágil, uma coisa que exige uma mão firme mas delicada.  E a gestão do sistema bancário português a partir de Bruxelas e de Frankfurt já se revelou tão insatisfatória e irresponsável como a gestão nacional, acabando por capturar e dividir os decisores locais, cada um por seu lado, e  acumulando encargos para o contribuinte português. Um caso de "moral hazard".  Se fosse  a União Europeia a pagar os erros todos, certamente que as opções de solução não se teriam afunilado tanto.  

Nesta sequência de falhas de gestão e regulação, tipo "choque em cadeia", o contribuinte português já estava exposto ao risco de ter que reabastecer o FGD o Fundo de Garantia de Depósitos, que não tem capacidade para aguentar problemas sistémicos.  Se o saldo do FGD for usado na totalidade para proteger os pequenos depositantes de um banco, o FGD tem que ser rapidamente reposto a partir do OE.  

Boa razão para manter os bancos fracos nacionalizados, com a garantia implícita do Estado, até se conseguirem recuperar, vender ou liquidar de uma forma rápida mas ordenada. Bancos "zombie" sempre podem existir por algum tempo e por boas razões, não pode é ser um cemitério inteiro.   As "datas limite" do Abril 2015 parecem ter sido artificiais, parece ter havido algum pânico  e falta de preparação e de coordenação dos decisores nacionais, inexperientes e tímidos. 

Com a banca não se brinca.  
Triste prenda no sapatinho do contribuinte. 

Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia 

quarta-feira, dezembro 16, 2015

Com os bancos não se brinca

O problema dos bancos é assumirem os riscos errados. A intermediação financeira implica a assunção dos riscos ponderados, ao preço certo.
Nenhum banco é melhor do que a sua carteira de clientes, mas  alguns bancos podem ser bem piores se forem mal geridos e mal supervisionados.   A banca é um serviço público regulado.  O BANIF é o quinto ou sexto banco português a entrar em colapso, a cair de lado.


Quem merece ser a  Personalidade do Ano" de 2015?
Pensando bem eu propunha o Mario Draghi,  não a Angela Merkel, que apenas poupou os credores alemães de sofrerem as consequências da sua alavancagem excessiva e do crédito subprime que tinham concedido, mal parado desde o primeiro momento.
Pensando ainda melhor, quem verdadeiramente salvou a Moeda Única, com todas as suas deficiências,  quem verdadeiramente "salvou o Euro",  foram os contribuintes portugueses que "aguentaram" e aceitaram pagar a nossa crescente Divida Externa, de  mais de 410 mil milhões de euros
Não é justo que famílias com rendimentos de menos de 8.000 euros por ano paguem com a sobretaxa do IRS os erros de gestão e de supervisão dos bancos centrais europeus, e que os credores imprudentes fiquem a salvo.

Mas "o Contribuinte Paga Tudo". Sempre.  A verdadeira Personalidade do Ano a nível internacional seria então o contribuinte português sofredor,  e os seus filhos, netos e bisnetos...

O EURO é como o doce de ovos:  Saboroso no consumo  mas desastroso no bolso dos consumidores viciados em dívida.

Os comentadores do ETV, Mariana Abrantes de Sousa, Jorge Neto e Hélder de Oliveira, analisam a situação do BANIF e a devolução da sobretaxa de IRS, no Conselho Consultivo de
16 de Dezembro de 2015




sexta-feira, dezembro 04, 2015

Greve redistribui de contribuintes accionistas para empregados

As greves anunciam-se nos serviços públicos de transportes, de acordo com  https://hagreve.com/ 
Greve é a cessação colectiva e voluntária do trabalho realizado por empregados com o propósito de obter benefícios materiais da entidade empregadora, e portanto dos seus accionistas.  Quem paga as greves?  
Em poucos casos, a empresa  consegue passar o aumento dos custos salariais aos clientes, aos utentes nos casos dos serviços públicos, que naturalmente resistem pagar a factura.  Mais frequentemente, os aumentos salariais reduzem os lucros da empresa e são suportados pelos  accionistas, isto é pelo Estado e pelos contribuintes no caso das empresas do Sector Empresarial do Estado.  

Muitas das empresas públicas são estruturalmente deficitárias e praticam salários acima da média.  Assim, as conquistas  materiais dos  grevistas acabam por resultar na redistribuição de riqueza dos contribuintes em geral, para os empregados do sector público em particular.   



quarta-feira, dezembro 02, 2015

XXI Governo com Programa Cor-de-Rosa

O Programa do XXI Governo  promete benesses e incentivos para quase todos, o que levanta duas questões importantes:

  • Os benefícios e incentivos estão criteriosamente desenhados e calibrados para atingir os resultados desejados?         
    • apoiar adequadamente os mais carenciados 
    • tornar a economia portuguesa mais resiliente e mais competitiva  
  • Os custos do programa governamental estão devidamente suportados por receitas sustentáveis ou vão resultar na acumulação de divida para as próximas gerações pagarem
 
Quando a esmola é grande, o contribuinte desconfia